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Com a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF), no ano de 1994, em todo o território brasileiro o Sistema Único de Saúde (SUS) tenta se efetivar como um sistema que pode reorganizar o modelo assistencial vigente, predominantemente curativo. Decorrido dez anos de sua implantação, o PSF, em muitos municípios, se mostra uma estratégia que consolida as diretrizes e princípios doutrinários do SUS mostrando uma nova forma de se fazer saúde, mas em algumas cidades, como Itapema, município da pesquisa, existem obstáculos que impedem a concretização das práticas do PSF. Este trabalho tem como objetivo geral: Identificar avanços e obstáculos que influenciam no desempenho do PSF de Itapema/SC, a partir da visão dos profissionais que abandonaram o programa, nesse município. Como objetivos específicos tem-se: Comparar a proposta ministerial para o PSF (teoria) com a realidade do município em estudo (prática); Identificar características da formação dos profissionais que atuaram no PSF de Itapema; Identificar os motivos que levaram esses profissionais a deixarem o programa, Analisar o que os profissionais do estudo entendem por educação em saúde. O estudo foi realizado no município de Itapema/SC. Utilizou-se como referencial teórico principal as diretrizes do Ministério da Saúde para o PSF e tratou-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Os sujeitos do estudo são profissionais de nível superior, com dois anos ou mais de experiência profissional no PSF de Itapema, no total de sete, que não trabalham mais em equipes de PSF no município em estudo. Utilizou-se a análise de conteúdo, proposta por BARDIN (1997), das entrevistas e categorização a priori dos sujeitos do estudo que resultaram na classificação de sete categorias: formação acadêmica, trabalho em equipe, planejamento das atividades, relação com a gestão municipal, função do PSF, educação em saúde e motivos da saída do PSF. Dentro da categoria formação acadêmica foi identificada uma subcategoria: capacitação profissional e na categoria trabalho em equipe foi identificada outra subcategoria: agentes comunitários de saúde. Ainda na categoria planejamento das atividades também uma subcategoria: visita domiciliar. A questão da formação dos recursos humanos representa um nó crítico para a consolidação e ampliação da construção do SUS e do PSF. As capacitações não condizem com a realidade dos profissionais, com o seu cotidiano enquanto trabalhadores de saúde. As concepções e práticas dos profissionais permanecem centradas na doença, sendo que não conseguem dar resolutividade na atenção primária. É preciso formar e capacitar profissionais sob outra lógica, a partir do fortalecimento da atenção à saúde, da ênfase na integralidade da assistência, do tratamento do individuo como sujeito integrado a família, ao domicilio e a comunidade, do aumento da capacidade resolutiva da rede básica de atenção, da vinculação dos profissionais e serviços com a comunidade e da perspectiva de promover uma ação intersetorial. |
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