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O presente estudo procurou expandir o corpo de conhecimentos sobre o padrão de prática de atividades físicas e seus determinantes (barreiras e facilitadores) em pré-escolares (quatro a seis anos), matriculados em escolas da rede privada do município de Olinda, Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica transversal e de base populacional. A amostra estudada foi composta por 265 crianças pré-escolares (144 meninas e 121 meninos). Os dados foram coletados por meio de um questionário, o qual foi respondido pelos pais das crianças sorteadas para participação no estudo, através de entrevista face-a-face. O instrumento contém 38 questões fechadas, subdivididas em sete seções, assim denominadas: 1) Dados da criança; 2) Fale um pouco sobre o(a) senhor(a); 3) Fale um pouco sobre o seu(sua) filho(a); 4) Fale sobre a alimentação do seu (sua) filho(a); 5) Tempo brincando no jardim; 6) Brincando ou jogando ao ar-livre; e, 7) Tempo de TV. Os dados coletados na investigação foram tabulados em um banco de dados do programa EpiData 2.0 e posteriormente processados e analisados empregando-se o programa estatístico SPSS (versão 11.0). Para análise descritiva das variáveis foram determinadas medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (desvio-padrão). No caso de variáveis mensuradas em escala nominal ou ordinal a distribuição em freqüências foi o procedimento descritivo adotado. A análise de associação entre variáveis categóricas foi efetuada mediante aplicação do teste de Qui-quadrado, enquanto a comparação entre médias foi realizada por meio do teste "t" e da análise de variância simples. Em todas as análises, considerou-se o nível de significância preestabelecido em 5%. A média de idade foi de 4,89 0,84 anos, as meninas (4,99 0,88 anos) apresentaram média significativamente maior (p=0,04) que os meninos (4,77 0,78 anos). Em relação ao turno de ensino, 87 (33%) crianças freqüentavam a escola no período matutino, 141 (53%) no período vespertino e outras 37 (14%) ficavam na escola em período integral. Verificou-se que cerca de 65% das crianças podem ser classificadas como pouco ativas (despendem menos de uma hora por dia em atividades ao ar-livre). O nível de atividades físicas das crianças foi significativamente influenciado pela escolaridade da mãe, nível de atividade física da mãe e status profissional do pai (p<0,05). O turno no qual as crianças freqüentam a escola, o estado civil dos pais e a existência de instalações para prática de jogos e esportes no lugar onde moram também foram variáveis associadas ao padrão de atividades físicas das crianças. Os resultados do presente estudo sugerem que as crianças que freqüentam a escola em período integral estavam expostas a maior risco de apresentar baixo nível de atividades físicas. Comparados aos resultados de estudos internacionais, observou-se que a proporção de crianças pré-escolares pouco ativas é significativamente superior na cidade de Olinda em comparação, por exemplo, às crianças que vivem no Japão. Recomenda-se que ações informativas sejam desenvolvidas a fim de sensibilizar os professores e os gestores escolares quanto à importância das atividades físicas para a saúde de crianças na fase pré-escolar. |
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