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O referido estudo tem como objeto uma manifestação particular de intertextualidade que se faz pela transposição de um sistema de linguagem característico da expressão literária, um romance, para outro característico da expressão televisual, uma minissérie de televisão. Assim, o corpus da pesquisa e das leituras procedidas configura duas matérias de substancial diferença: uma é produto de uma arte que se utiliza da palavra, e a outra, de imagens e sons. Para perfazer esse corpus, a dissertação em foco procede a um duplo olhar sobre a narrativa de Memorial de Maria Moura, o romance e sua adaptação para a televisão, revestindo de três faces o objeto de estudo: o texto original, de Rachel de Queiroz; o roteiro de adaptação, de Jorge Furtado e Carlos Gerbase; e a produção televisual, da Rede Globo de Televisão, em recorte da performance da personagem Maria Moura. Configura-se dessa forma uma dupla vertente de leitura que aborda, primeiro, o processo de adaptação do romance ao roteiro e, depois, o recorte da construção da personagem no romance e na minissérie. Como etapas da tarefa de cumprir esse objetivo geral, o estudo assume na qualidade de objetivos complementares a leitura do romance e sua contextualização, em relação aos demais romances da escritora, e à historiografia e à crítica literárias brasileiras; leitura do roteiro de adaptação; fundamentação teórica da adaptação referida e contextualização da teleficção na televisão brasileira; e as leituras da construção da personagem Maria Moura, no romance, e da performance, na televisão, de acordo com a versão apresentada pela emissora em 94. Entre os resultados obtidos a partir da pesquisa e das leituras realizadas, a referida dissertação considera que a transposição de linguagem do romance à minissérie justifica a rubrica adaptação, ainda que estabeleça ora aproximações, ora distanciamentos entre as duas obras, os quais são objeto de leitura conclusiva. |
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