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Situada na cabeceira do rio Itajaí do Sul, a bacia do rio Caeté pertence ao município de Alfredo Wagner - SC, e é responsável pelo abastecimento de água no município. É caracterizada pela grande declividade das suas encostas, o que resulta na elevada velocidade das águas e na fragilidade geomorfológica da região. A economia do município está galgada no monocultivo da cebola, principal atividade econômica da bacia. Vem sendo observada a perda gradativa do solo agricultável, a erosão, o assoreamento dos rios, enchentes. O intenso uso de agrotóxicos vem ocasionando a contaminação das águas por agrotóxicos, além de influenciar na saúde do próprio agricultor. Devido à redução da fertilidade do solo e, consequentemente, o aumento dos custos de produção, muitos agricultores estão vendendo suas propriedades para empresas reflorestadoras. Estas empresas estão substituindo as áreas de cultivo por reflorestamento de pínus, o que irá resultar na modificação da economia do município. Deste modo, o desenvolvimento e a aplicação de ferramentas de suporte a decisão assume particular importância no zoneamento de usos do solo e na gestão dos recursos da região. Para avaliar o desempenho dos usos do solo existentes em relação à perda de solo foi utilizado o modelo RUSLE. Foram também simulados dois cenários: (1) realização de plantio em contorno nas áreas cultivadas; e (2) recuperação e manutenção das áreas de preservação pemanentes. Para verificar a sustentabilidade dos dois usos do solo que possibilitam retorno econômico, ou seja, a cebolicultura e o reflorestamento de pínus foi aplicada à metodologia de análise econômica-ecológica denominada emergia. Os resultados mostram que a bacia possui um alto potencial natural de erosão (1987,87 ton/ha.ano). Como a bacia possui, ainda hoje, 80,52% de sua área coberta por vegetação nativa, a perda de solo real corresponde a 4% do potencial natural de erosão - 77,77 ton/ha.ano. O cultivo responde por 8,20% da perda de solo total (90,91 ton/ha.ano); e o reflorestamento 1,34% (30,12 ton/ha.ano). A simulação de prática de cultivo em contorno, a perda de solo total foi de 65,36 ton/ha.ano, verificando uma redução de 16% em relação à perda de solo total. Na simulação de recuperação e manutenção das áreas de preservação permanentes, a perda de solo média foi de 41,32 ton/ha.ano ou 47% da perda de solo real. Na aplicação da metodologia emergética se observou a grande dependência das contribuições da economia, principalmente insumos e combustível fóssil, dificultando a sustentabilidade dos sistemas. A cebola se mostrou menos sustentável que o reflorestamento devido sua elevada perda de solo e, conseqüentemente, elevada dependência de insumos. Mudanças na forma de cultivo poderiam modificar este quadro. O valor emergético da cebola é 1,04E+16 sej/ha.ano e do reflorestamento 6,07E+15. Os métodos adotados foram satisfatórios para auxiliar os tomadores de decisões do município no caso de efetuar um zoneamento adequado do uso solo. |
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