Abstract:
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Este estudo investigou qual o nível de conhecimento em relação à AIDS e quais as atitudes apresentadas pelas mulheres acima de 50 anos que podem favorecer o aumento da vulnerabilidade na exposição ao HIV. As participantes são mulheres, com idade a partir de 50 anos, freqüentadoras do Núcleo de Estudos da Terceira Idade - NETI, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Os objetivos foram verificar o conhecimento que estas mulheres possuem sobre as formas de contágio e os métodos de prevenção da infecção pelo HIV e a compreensão apresentada pelas mulheres sobre a AIDS e sua relação com a prática da sexualidade, bem como oferecer subsídios para políticas públicas e indicações para ações de prevenção voltadas para este segmento da população. Para alcançar os objetivos propostos, optou-se por realizar uma pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada, enquanto instrumento para a coleta dos dados. Sobre a sexualidade, ficou perceptível que: 78% das entrevistadas adotam a posição de que homens e mulheres devem estar bem informados em relação ao sexo; a liberação sexual é percebida negativamente pelo grupo estudado; a satisfação sexual é vista como fundamental para 50% das mulheres, e; 72% delas afirmam conversar sobre sexualidade com familiares, 26% conversam com o marido / companheiro e 7% com os profissionais da área da saúde. Sobre o conhecimento e atitudes sobre a doença, constatou-se que: a AIDS é vista como uma doença sexualmente transmissível, perigosa e fatal para 57% das entrevistadas; a televisão é o principal meio de obtenção das informações sobre a doença para 89% das mulheres; as formas de infecção mais citadas são a relação sexual sem a utilização de preservativo e o contato com sangue infectado; as formas de prevenção mais abordadas foram a utilização de preservativo, de seringas descartáveis e a transfusão com sangue testado; o teste para detecção do HIV é percebido como menos necessário para as mulheres grávidas; 59% das mulheres afirmam corretamente que o número de casos de AIDS em casais heterossexuais que estão juntos há muito tempo e/ou que mantém uma relação fixa está aumentando; 70% delas não se percebe em risco de se infectar pelo HIV, e; a relação heterossexual fixa e/ou de longa duração é o tipo de relação menos vista pelas mulheres como vulnerável à infecção pelo HIV e em especial pelas entrevistadas casadas. Concluiu-se que a falha no conhecimento em relação à AIDS e as atitudes de risco frente à doença apresentadas pelas mulheres na pesquisa, decorrem da permanência da concepção de grupos de risco, da dinâmica de poder inerente às relações de gênero em nossa sociedade, bem como da falta de políticas públicas de prevenção à AIDS que atinjam com eficácia este segmento da população, explicitando nitidamente o risco de infecção vivido pelas mulheres que mantém relações heterossexuais fixas e/ou de longa duração This study investigated which is the knowledge level regarding to the AIDS and which are the attitudes presented by the women above 50 years that can be favoring the increase of vulnerability in the exposed to the HIV virus. The participants are women above 50 years, and plus, visitors the Nucleus of Studies in the Third Age - NETI, at Federal University of Santa Catarina - UFSC. The objectives went to verify the knowledge that these women possess on the infection forms and the methods of prevention to the HIV virus and the understanding presented by the women about the disease and their relationship with practice of sexuality, as well as to offer subsidies for public politics and indications for prevention actions gone back to this segment of population. To reach the proposed objectives, was opted to accomplish a descriptive-exploratory research with qualitative approach. The semi-structured interview was used for data collection. About the sexuality, it was perceptible that: 78% of the interviewees adopt the position that men and women should be very informed in relation to the sex; the sexual liberation is noticed negatively by the studied group; the sexual satisfaction is seen as fundamental for 50% women, and; 72% of the women affirm that talk about sexuality with relatives, 26% talk with husband/companion and 7% with professionals of health area. About the knowledge and attitudes on the disease, it was verified that: the AIDS is seen sexually disease transmissible, dangerous and fatal for 57% of interviewees; the television is the principal way of obtaining the information on the disease for 89% of women; the infection forms more mentioned are the sexual relationship without preservative use and the contact with infected blood; the prevention forms more approached were the preservative use, disposable syringes and the transfusion with tested blood; the test for detection of HIV virus is noticed as less necessary for the pregnant women; 59% of women affirm correctly that the number of AIDS case in heterosexual couples that are together at a long time and/or maintains a fixed relationship it is increasing; 70% of them are not noticed in risk of infecting for HIV virus and; the heterosexual relationship fastens and/or long duration it is the relationship type less seen by the women as vulnerable to the infection for the HIV virus and especially for the married interviewees. It was ended that the flaw in the knowledge in AIDS relation and the attitudes of risk front to the disease presented by the women in the research, they elapse the permanence of risk group conception, the power dynamics to the gender relationships in our society, as well as the lack of public politics of prevention to the AIDS that reach with effectiveness this population segment, expliciting sharply the infection risk lived by the women that it maintains relationships fixed |