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A medicina popular tem-se utilizado de plantas para o tratamento das mais diversas patologias, entretanto faz-se necessário estudos embasados cientificamente que corroborem com os relatos etnobotânicos e etnofarmacológicos. A fim de resgatar a cultura popular, bem como, valorizar a biodiversidade do bioma Mata Atlântica, especialmente a Reserva da Juréia/SP, objetivou-se neste trabalho submeter o extrato bruto e frações de Ouratea parviflora, Polymnia sonchifolia e Marlierea obscura (popularmente utilizadas como antiinflamatórias), a ensaios in vitro e in vivo para avaliação do potencial antioxidante e antiinflamatório. A avaliação in vitro do potencial antioxidante fez-se pelos métodos de captação do radical DPPH, O2·- e ·OH, além da lipoperoxidação. A avaliação in vivo do estresse oxidativo (fragmentação do DNA, lipoperoxidação de membranas e carbonilação de proteínas) e as defesas antioxidantes (concentração de GSH, atividade da CAT, GST) foi realizada em camundongos pré-tratados com OPEB, OP4 e posteriormente expostos ao CCl4. Para a avaliação da atividade antiinflamatória selecionou-se os extratos e frações que apresentaram melhor atividade antioxidante, sendo estes OPEB, OP4, PSEB e MO3. Para tanto, aplicou-se o ensaio do edema de pata induzido pela carragenina em camundongos. Os extratos e frações das referidas plantas apresentaram significativa atividade antioxidante in vitro, destacando-se a Ouratea parviflora (OPEB, OP4), pois foram capazes de causar o "scavenger" de radicais DPPH, O2·- e ·OH em concentrações por vezes menores ou similares à rutina, reconhecido agente antioxidante. O CCl4 causou estresse oxidativo e dano celular ao fígado dos camundongos, onde a rutina, OPEB e OP4 apresentaram importante atividade na proteção tecidual comprovada pelos ensaios FOX, dano ao DNA, oxidação proteica, redução da GSH e elevação da AST (exceto OPEB), elevação da CAT, GST e ALT. Embora nos tempos 60 e 120 minutos, tenha ocorrido uma tendência de inibição do edema pelo tratamento prévio com as plantas medicinais (300 mg/Kg) via oral, a análise estatística não revelou diferenças significativas entre os diferentes tratamentos. Apesar disso, o aparente efeito antiedematogênico exibido por OP4 e MO3 vem de encontro aos resultados obtidos nos ensaios referentes à atividade antioxidade, especialmente o ·OH, radical envolvido no processo inflamatório. Os dados obtidos permitem concluir que os produtos de Ouratea parviflora, particularmente OPEB e OP4, poderiam se constituir em protótipos para o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas para o tratamento patologias associadas a geração de EROs, uma vez que demonstraram importante potencial antioxidante in vitro e in vivo. A atividade antiinflamatória de Ouratea parviflora, Polymnia sonchifolia e Marlierea obscura não pode ser confirmada através do modelo experimental do edema de pata induzido pela carragenina. |
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