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Agaricus brasiliensis (=Agaricus blazei ss. Heinem.), popularmente conhecido no Brasil como Cogumelo Medicinal, Cogumelo do Solâ, é um fungo de cultivo expressivo no país devido às suas propriedades medicinais, evidenciadas em diversos trabalhos científicos, e vem ganhando importância em diversos países, principalmente para uso nutricêutico. Estes produtos são obtidos dos cogumelos, minimamente processados e encapsulados para serem consumidos como suplementos dietéticos. São utilizados principalmente devido ao potencial terapêutico como imunomodulatórios e anti-tumoral. As frutificações de A. brasiliensis são coletadas no Brasil principalmente no estágio imaturo, quando o píleo ainda está fechado, atendendo a padrões morfológicos pré-estabelecidos. No entanto, essas frutificações imaturas ainda não atingiram máxima eficiência da biomassa fúngica, mas é nesse estágio que se obtém maior valor comercial para exportação. As frutificações maduras são geralmente de menor valor comercial, sendo muitas vezes descartadas pelos produtores ou aproveitadas na produção de nutricêuticos. A qualidade desses nutricêuticos é dependente da composição química das frutificações, particularmente em relação ao conteúdo de b-D-glucanas que constituem a parede celular do fungo. No presente estudo, foram utilizadas frutificações de A. brasiliensis (estirpe UFSC 51), coletadas em diferentes estágios de maturação - imaturas SI (píleo fechado), maduras (píleo aberto) com esporos imaturos SII e maduras com esporos maduros SIII, para se avaliar o rendimento e as características estruturais dos polissacarídeos solúveis em água a 100oC antes e após a purificação das b-D-glucanas usando-se cromatografia líquida, identificação por espectrometria (FTIR e RMN de 13C e 1H), peso molecular e teor de proteínas. Identificou-se a presença de um polímero de peso molecular superior a 1.000.000 daltons, e estrutura (1®6)-(1®3)-b-D-glucanas, com baixo teor de proteínas (em média 0,61%), nos três estágios de maturação, porém com aumento do rendimento das b-D-glucanas no estágio SII e de (1®3)-b-D-glucanas nos estágios SII e SIII. Como conseqüência, frutificações maduras de A. brasiliensis que também contêm estas importantes b-D-glucanas devem ser utilizadas na elaboração de produtos nutricêuticos. As b-D-glucanas extraídas e purificadas destas frutificações nos diferentes estágios foram avaliadas quanto à bioatividade, qualitativa e quantitativamente, sobre o processo de vascularização inicial em embriões de galinha (Gallus domesticus). Foram constatados efeitos pró-vasculogênico, com conseqüente aumento do crescimento dos embriões para todos os estágios de maturação, inclusive nas diferentes concentrações testadas para os estágios SI e SII. Estes resultados sugerem que as b-D-glucanas, isoladas das frutificações nos diferentes estágios de maturação interferem positivamente na formação de vasos sanguíneos e que o efeito pode ser mediado pela atividade imunomoduladora. Em conclusão, as frutificações maduras, que também possuem atividade pró-vasculogênica, devem ser incluídas na produção de nutricêuticos propiciando a utilização otimizada da biomassa do cogumelo. |
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