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Na doença de Parkinson (DP) os sintomas motores geralmente surgem de forma unilateral, com eventual progressão bilateral, mantendo, no entanto, proporções assimétricas. Neste sentido, a utilização da força de preensão manual (FPM) para investigar a capacidade funcional da mão pode ser utilizada na avaliação de indivíduos portadores de patologias neurológicas. Desta maneira, o presente estudo investigou a relação entre os parâmetros da curva patológica da FPM de portadores da DP e os distúrbios motores que comprometem a lateralidade destes indivíduos. Para isso foram avaliados 106 portadores da DP, sendo 65 do sexo masculino. Foi aplicado um questionário para caracterização dos participantes. As medidas antropométricas foram auto-referidas. Para a avaliação da FPM isométrica máxima, foi utilizado um dinamômetro hidráulico com transdutor de pressão. Os parâmetros da curva força-tempo de FPM isométrica máxima avaliados foram o pico de força alcançada (Fmax), tempo para atingir a força máxima (Tmax), taxa de desenvolvimento da força (TDF), taxa de declínio da força máxima (Dfmax), e área sob a curva de FPM isométrica máxima (Afmax). Com relação aos participantes do sexo masculino, estes apresentaram idade de 66,5±9,4 anos, classificados clinicamente no estágio 2,2±0,7 da escala modificada de H&Y, com 7,5±5,4 anos de DP, sendo que apenas dois possuiam dominância lateral esquerda, e 34 relataram predominância dos sinais da DP no hemicorpo direito. No sexo feminino, a idade foi de 66,8±9,3 anos, com classificação de 2,3±0,7 no estágio da DP, 6,7±6,0 anos de DP, e apenas dois participantes com dominância lateral esquerda, 24 com predominância dos sinais da DP no hemicorpo direito. Em relação aos resultados da Fmax foram observados valores dentro da normalidade para ambos os hemicorpos no sexo masculino, e hemicorpo esquerdo do sexo feminino, de acordo com os dados da literatura. Para a relação entre o comprometimento dos parâmetros da FPM e hemicorpo de predominância dos sinais da DP, constatou-se que apenas a variável Dfmax no sexo feminino apresentou comprometimento no hemicorpo apontado como mais comprometido pela doença. Constatou-se que, com exceção dos resultados dos parâmetros Dfmax e Tfmax, os demais parâmetros indicaram menor comprometimento no hemicorpo de dominância lateral para os participantes do sexo masculino. Já no sexo feminino, somente a TDF apresentou menor comprometimento no hemicorpo dominante. Dentre 20 testes realizados para verificar a correlação entre os parâmetros da FPM isométrica máxima e o estágio evolutivo da DP, 8 confirmaram que com a evolução da doença, aumenta o comprometimento da FPM, e outros 10 testes apresentaram tendência a este mesmo resultado. O estudo contribuiu para o levantamento de evidências relacionadas ao comprometimento motor na DP, embora não tenha sido possível indicar grande ocorrência de manifestações unilateralizadas que comprovassem significativamente a assimetria no comprometimento motor, característica inerente aos portadores da DP. |
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