Title: | Virtudes intelectuais e justificação: duas teorias sobre o carácter cognitivo dos agentes epistêmicos |
Author: | Santos, Breno Ricardo Guimarães |
Abstract: |
Este trabalho tem como propósito principal discutir o uso da noção de virtude em teorias contemporâneas da justificação. Partindo de uma aproximação geral que a epistemologia recente estabeleceu com teorias mais tradicionalmente morais, pretendemos avaliar o potencial normativo que a noção de virtude intelectual pode oferecer para lidar com demandas epistêmicas mais centrais, como a demanda por uma caracterização adequada do elemento justificacional da definição tradicional de conhecimento. Para isso, precisamos explorar algumas das teorias que, na filosofia contemporânea, pretenderam caracterizar mais adequadamente aquele elemento que converte crenças verdadeiras em conhecimento, com base na ideia de que ele pode ser derivado do caráter cognitivo do sujeito formador de crenças. Uma das principais abordagens a este respeito foi o perspectivismo das virtudes de Ernest Sosa, responsável por inserir a noção de virtudes intelectuais no debate epistemológico mais recente. Sua teoria é responsável ainda pela popularização de uma avaliação epistêmica com foco no caráter do agente doxástico. Duas outras teorias de destaque neste quadro, e que foram diretamente influenciadas pelo trabalho seminal de Sosa, são a teoria pura das virtudes de Linda Zagzebski e o confiabilismo do agente de John Greco. Ambos os autores seguiram intuições presentes na proposta de Sosa para construir, cada um a seu modo, uma teoria da justificação epistêmica que toma como medida avaliativa a contribuição do sujeito para a conversão de suas crenças em instâncias de conhecimento. Discutiremos, aqui, cada uma destas teorias e avaliaremos em que grau elas conseguem caracterizar a justificação de maneira a atender a necessidades epistêmicas que, frequentemente, julgamos importantes. <br> Abstract: This work has as its main purpose to discuss the use of the concept of virtue in contemporary theories of justification. From a general approximation that recent epistemology has established with traditional moral theories, we intend to evaluate the normative potential that the notion of intellectual virtue can offer to handle key epistemic demands, as the demand for an adequate characterization of the justificational element within the traditional definition of knowledge. Hence, we need to explore some of the theories that, in contemporary philosophy, intended to characterize more properly the element that converts true beliefs into knowledge, based on the idea that it can be derived from the cognitive nature of the subject that forms beliefs. One of the main approaches in this regard was Ernest Sosa?s virtue perspectivism. Sosa was responsible for inserting the concept of intellectual virtues in the most recent epistemological debate. His theory is also responsible for the popularization of an epistemic evaluation focused on the character of the doxastic agent. Two other prominent theories in this framework, and which were directly influenced by Sosa?s seminal work, are Linda Zagzebski?s pure virtue theory and John Greco?s agent reliabilism. Both authors followed intuitions present in Sosa?s proposal to construct, each in its own way, theories of epistemic justification that takes as evaluative measure the contribution of the subject to convert their beliefs into instances of knowledge. We?ll discuss here each of these theories and assess to what degree they can characterize the justification so as to meet some epistemic needs, that we frequently judge important. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Florianópolis, 2013 |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/106817 |
Date: | 2013 |
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318903.pdf | 816.3Kb |
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