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Na década de 80, havia apenas uma voz clamando pela necessidade de se avaliar a educação em nosso País, a do Senador João Calmon. Hoje, muitos parlamentares discutem a avaliação, se manifestando contra ou a favor aos tipos e formas de avaliação das Instituições de Ensino Superior, entrando em pauta de discussões de professores, alunos e pais, sendo notícias em jornais, rádios e televisão. O Ministério da Educação e Cultura (MEC), através de sua Secretaria de Educação Superior (SESu) ou da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), durante anos buscou melhorar a qualidade de ensino das universidades brasileiras, usando a avaliação como estratégia, agindo como agente de mudança. Segundo ALKIN (1972), Avaliação é o processo de determinar as áreas das decisões em questão, selecionar a informação necessária, e coletar e analisar informações para prover um sumário de dados úteis àqueles que tomarão decisões ao escolher entre alternativas. Quando se pretende entender a quantidade e a qualidade dos recursos, atividades e resultados de uma instituição, é necessário verificar e avaliar as suas entradas (input), processos e resultados ou saídas (output) desse sistema. Em uma instituição de ensino, os inputs envolvem os recursos humanos e não humanos, dentre eles: estudantes, membros do corpo docente e livros para biblioteca, os Processos que englobam as atividades escolhidas ou programadas, com o crédito de serem capazes de alcançar os resultados desejados, e os Resultados que são conseqüências produzidas por processos que podem incluir o desenvolvimento de novas competências, nova produção de conhecimento e serviço prestado ä comunidade. Nesse sentido, evidenciando o discente e o docente como elementos principais do sistema de ensino, desde a iniciação do aluno na universidade (matéria prima) até a formação do aluno (produto final), onde o docente atua como um dos principais instrumentos do processo de formação do aluno, o Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil, no que tange a graduação, procura através da avaliação externa, mais precisamente do Exame Nacional de Cursos (ENC) e da avaliação interna, através da Avaliação Institucional, fornecer informações que ajudam direcionar políticas educacionais, buscando uma melhor qualidade da educação superior em nosso país. Segundo Loacker (1998), a qualidade da avaliação do estudante está estreitamente associada à qualidade da instrução que os estudantes realmente experimentam. Com a necessidade de analisar as transformações ocorridas no ensino superior e que implicam nova visão do ensino universitário decorrente das pressões sociais e, sobretudo do sistema produtivo, faz com que as universidades busquem conhecer melhor a si próprias, e confrontar com informações seguras as críticas que freqüentemente recebem de professores, alunos e famílias. Desde 1977 quando o antigo DAU – Departamento de Assuntos Universitários, papel hoje realizado pela SESu e CAPES, discutia temas relacionados a avaliação do ensino com o objetivo de oferecer um ensino de qualidade aos alunos, constatou através de pesquisas extensivas, que o uso das respostas dos alunos para avaliar o desempenho do professor, contribuem de forma significativa para a compreensão do processo ensino-aprendizagem. Como parte do Sistema de Avaliação da Educação Superior, o ENC que tem como objetivo maior à busca da qualidade do ensino de graduação busca inicialmente, diagnosticar informações relevantes referentes às condições de ensino, enfocando as dimensões organização didático-pedagógica, corpo docente e instalações dos cursos submetidos ao exame. Parte integrante do mesmo Sistema, a Avaliação Institucional, também busca enfocar as mesmas dimensões do ENC, só que no âmbito organizacional. Neste sentido, será que há correlação entre a avaliação interna, através das informações coletadas pela Avaliação Institucional e entre a avaliação externa, através do exame nacional de cursos? Buscando responder essa pergunta, o artigo propõe analisar, através de métodos estatísticos, as relações existentes entre o desempenho avaliado pelo discente com o ENC, através da influência do desempenho dos alunos no Provão com o desempenho docente analisado pela Avaliação Institucional. As analises das relações entre o desempenho avaliado pelo discente com o exame nacional de cursos, propiciará a ligação entre a avaliação interna e a avaliação externa, procurando dar auxílio no processo de tomada de decisão e subsidiar o estabelecimento das ações e metas a serem atingidas em Projetos Institucionais, elevando a qualidade de ensino e a consciência da necessidade de um processo de avaliação pertinente e criterioso. |
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