dc.description.abstract |
Por que uma instituição secular como a universidade, surgida no seio da civilização ocidental, deve permanentemente preocupar-se com a autonomia? Por que a autonomia universitária, embora sempre relativa, deve ser perseguida e assegurada como legítima? Pode existir autonomia universitária plena? A visão clássica de autonomia é suficiente para compreender e permanentemente assegurar a autonomia universitária plena pretendida? A visão de autonomia a partir do pensamento complexo é relevante? Seria possível conciliar a liberdade acadêmica, com livre gestão administrativa, com disponibilidade financeira e patrimonial e os poderes da entidade mantenedora? Seria a autonomia uma questão e relação de poder entre o ente que concede e o ente que recebe a autonomia? Até que ponto, nas universidades onde a mantenedora é o poder público, há como se pensar em autonomia sem resolver a questão do financiamento? Por outro lado, em que medida apesar de essencial, o financiamento, por si só, não garante a autonomia? A reflexão sobre estas questões não só passa pelo levantamento, explicitação e compreensão do conceito de autonomia em geral, mas também evidencia a consciência de que autonomia nunca será plena, essencialmente para as instituições universitárias onde se pretende e se persegue um conceito e prática plena da autonomia. Para intentar compreender sua dimensão plena, é necessário considerar o conceito de autonomia, além de relativo, não estático, universal e absoluto, constituindo-se em expressão dialética dependente de situações e características peculiares de natureza histórica, social, política e econômica de uma época, de uma região e de uma sociedade. Por ser dinâmica e universal, e encerrar também a questão de poder, a autonomia foi, é, e será, maior ou menor, em função dos stakeholders envolvidos em cada instituição universitária. Por apresentar estas características e indagações este estudo investiga e analisa os diferentes conceitos de autonomia e, em particular, autonomia universitária. Para tanto, buscou-se a interpretação conceitual tanto de autores que já refletiram sobre o tema, quanto de sujeitos sociais envolvidos na questão. O estudo é de tipo exploratório e a apresentação dos resultados é descritiva e conceitual-analítica. Mesmo com limitações próprias por sua natureza exploratória, o estudo se justifica por tentar refletir sobre autonomia na perspectiva do pensamento linear e do pensamento complexo lançando novos elementos a serem considerados sobre o tema autonomia e em particular a universitária. |
en |