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O crescente desenvolvimento das telecomunicações e da informática tem produzido relevantes mudanças nas estruturas sociais, econômicas e organizacionais, porém essa evolução também tem mostrado entraves para a gestão das organizações. Um dos problemas mais críticos é a falta de informações úteis para o processo decisório. Logo, o gerenciamento da informação passa a ser uma questão estratégica no processo de gestão nestes novos tempos de rapidez na tomada de decisão. As informações mostram-se inadequadas pela sua falta, ou por seu excesso desnecessário. Também podem estar defasadas e com acesso limitado, o que, invariavelmente, leva o gestor a tomar decisões baseadas na intuição, sem o adequado suporte da informação. Adaptar-se às contingências e às pressões do ambiente externo tornou-se um desafio constante nas organizações, onde a informação aparece como uma peça fundamental para subsidiar planos nesse complexo cenário organizacional da atualidade. As instituições federais de ensino superior não estão isentas das influências do ambiente externo. Na verdade, as universidades vivem um paradoxo. Ao mesmo tempo em que delas emergem novas tecnologias de informação e a capacitação de pessoas nas diversas extensões dessa área percebe-se a precariedade das informações e do planejamento das ações na gestão administrativa, em parte justificada pela estrutura burocrática pesada, pela resistência a mudanças, pela dependência econômica do Estado, pelo corporativismo, além de precariedade na avaliação dos resultados institucionais, dentre outros aspectos. Muitos são os impactos das mudanças sociais, políticas e econômicas nas organizações universitárias. As dificuldades, em administrar burocracias como as universidades públicas, sem uma cultura de captação de recursos extragoverno federal, demonstram a inércia da própria instituição frente a um ambiente cada vez mais incerto, e a intervenção normativa do Estado também contribuiu para restringir o desenvolvimento de planos de ações para o funcionamento e desenvolvimento das universidades. Entretanto, acredita-se que a tecnologia da informação, por sua vez, aparece como um meio facilitador para a elaboração de estratégias que atendam os objetivos institucionais, e como tal deve ser usada como um recurso interno da organização a ser tratado com o mesmo grau de importância dos demais recursos que constituem as variáveis a serem analisadas na formulação da estratégia organizacional. O planejamento e a informação têm uma relação de sinergia e integração total. A informação, para buscar resultados qualitativos, tem que ser coerente em todos os níveis de planejamento, visto que está presente em toda a organização, bem como, no ambiente externo. Maximiano (2000) destaca que em “qualquer nível de administração o planejamento compreende o processo que define as ações necessárias para enfrentar situações futuras e atingir metas” (p.395), sendo a informação a base de qualquer nível de planejamento visando uma relação mais eficaz entre organização e ambiente. Contudo, apesar das profundas mudanças tecnológicas e organizacionais, grande parte do setor público ainda permanece incapaz de dar respostas rápidas e de implantar políticas públicas que possam corresponder a um modelo renovado de relação Estado-Sociedade, no qual busca-se a melhor equalização da cidadania. Para que o Estado possa cumprir seu papel é necessária a utilização de sistemas de informação que propiciem apoio ao processo decisório, permitam a formulação de políticas adequadas e possibilitem a avaliação sistemática dos resultados. As formas de se administrar as organizações, assim como as adaptações destas ao ambiente externo e interno é uma discussão perene na esfera pública. Debater acerca da performance da universidade perpassa por propostas de mudança, de inovação, de adaptação às novas demandas por parte da comunidade universitária e da sociedade em geral, num efervescente espaço de questionamentos e descobertas que é a universidade. No intuito de mudar o cenário atual, ou seja, de propor alternativas para a elaboração e execução de um planejamento tático e operacional coerente com a realidade da universidade procurou-se, a partir deste estudo, compreender as influências do planejamento das ações da UFPel na percepção de diretores de unidades acadêmicas e administrativas, e da contribuição de técnicos da área de planejamento e de um representante da administração superior da UFPel. Para tanto, os dados foram coletados a partir da análise documental e, num segundo momento buscaram-se informações por meio de visitas às unidades acadêmicas e administrativas que, na época, estavam elaborando o Plano de Ação 2002. A análise foi feita de forma descritivo-interpretativa. |
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