Abstract:
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O crescimento na geração de resíduos sólidos urbanos (RSU), impulsionado pelo aumento da densidade populacional, aliado à alta demanda por energia elétrica, está gerando impactos negativos ao meio ambiente natural, social e econômico nos municípios brasileiros. Diante dessa problemática, alternativas de gerenciamentos adequados dos resíduos estão sendo elaboradas em conjunto com a geração de energia, nas quais o processo de incineração surge como uma alternativa que reduz o volume dos resíduos e permite a recuperação energética. Em Santa Catarina, os municípios da região da AMESC (Associação de Municípios do Extremo Sul Catarinense) estão presenciando o mesmo desafio, tornando atrativa a alternativa de recuperação energética a partir da incineração dos RSU gerados nessa região. Em vista disso, o potencial de recuperação energética dos RSU da região da AMESC foi estimado com base nos dados obtidos a partir da composição dos resíduos, utilizando-se equações que descrevem a potência total teórica, a energia total teórica, a população atendida e a economia de energia em três cenários, considerando-se a incineração dos RSU sem segregação dos materiais recicláveis no Cenário 1, incineração dos RSU com segregação prévia dos materiais recicláveis em 50% no Cenário 2 e incineração dos RSU com segregação prévia dos materiais recicláveis em 100% no Cenário 3. Como resultados do potencial de recuperação energética foram obtidos valores de 2,2 MW, 1,9 MW e 1,7 MW de potência total teórica; 19,37 GWh/ano, 17,14 GWh/ano e 14,91 GWh/ano de energia total teórica anual; 17,9%, 15,9% e 13,8% da população atendida; e 5.272, 4.666 e 4.059 salários mínimos equivalentes de economia de energia no Cenário 1, Cenário 2 e Cenário 3, respectivamente. Com isso, conclui-se que o potencial de recuperação energética, quando comparado com os resultados da literatura, é pequeno em todos os cenários considerados. Entretanto, os benefícios gerados nesse processo ainda podem ser alcançados mesmo com o pequeno potencial apresentado, tornando realidade o desenvolvimento sustentável nos municípios brasileiros. |