Abstract:
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O objetivo deste trabalho é conhecer as demandas e respostas dos assistentes sociais da área da saúde mental através de pesquisa empírica. Para que tal objetivo se cumprisse realizou-se um grupo focal e três entrevistas individuais com profissionais que trabalham na área, na grande Florianópolis. A elaboração da pesquisa foi embasada pela literatura consultada, e no documento Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde (CFESS, 2010). O trabalho contempla a reflexão acerca do processo histórico de construção da Reforma Psiquiátrica e da política de saúde mental dentro do SUS, após a consolidação da Reforma Sanitária. Partindo dos processos democráticos que contemplam a nossa sociedade nos anos de 1980, assim como o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, resgata a inserção do assistente social nesse contexto, no âmbito da saúde mental. A loucura refletida como uma experiência de sofrimento, ocasionando adoecimento, segregação e acirramento das tensões geradas pela questão social. Historicamente dentro da sociedade de classes não há espaço para o diferente e/ou o não adaptável, e sim a sua exclusão e segregação. Através dos resultados da pesquisa empírica com profissionais atuantes na área de saúde mental identificamos que essas prerrogativas da questão social vão exigir do assistente social uma atuação, que embora contraditória no movimento da sociedade, se reflita na possibilidade de garantia de direitos. Na pesquisa evidenciaram-se que as demandas do assistente social em saúde mental, são preponderantemente demandas de atendimento direto aos usuários, com ações sócio-assistenciais, ações de articulação com a rede e ações socioeducativas. As respostas as demandas advindas dos usuários, se esbarram, principalmente na ausência de políticas intersetoriais, no estigma do preconceito, construído socialmente de forma a diferenciar e segregar o “louco”, e nos poucos recursos dispensados a este setor da saúde, por parte do poder público. Retrata por fim, os desafios a serem superados, destacando-se a necessidade de sistematização do exercício profissional, como forma de empreender a qualidade e intencionalidade da ação, transformando a demanda emergencial em demanda coletiva. |