Title: | Fatores que contribuíram para o crescimento da produção de arroz agroecológico em assentamentos de reforma agrária no RS: desafios e perspectivas |
Author: | Fornazieri, Milton José |
Abstract: |
O Arroz é o segundo alimento mais consumido do mundo, ficando atrás somente do trigo. Domesticado há mais de 10 mil anos no Vale do Rio Yangtzé da China, acompanha o desenvolvimento de muitos povos, principalmente os de origem asiática, tornando-se assim mais do que um alimento, um elemento central da expressão cultural destes povos. Atualmente, a produção mundial fica em torno 481 milhões de toneladas por ano, o que praticamente se equivale ao consumo mundial. Entre os 10 maiores produtores mundiais, somente o Brasil não é do continente asiático, ficando em nono lugar. A China continua sendo o maior produtor mundial, responsável por 40% da produção.No Brasil o cultivo do arroz acontece em todas as regiões do país, na sua maioria em pequena escala, atendendo o consumo próprio ou o mercado local. A produção se concentra em cinco estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor, 70% da produção nacional, estimada de 12, 1 milhões de toneladas. No Brasil, o cultivo acontece em duas formas: sequeiro e irrigado. A produção de sequeiro vem caindo gradativamente nos últimos 40 anos, pois era a cultura utilizada como primeiro cultivo nas novas fronteiras agrícolas, sendo substituída por outros cultivos mais rentáveis na sequência. Por outro lado, o cultivo de arroz em terras baixas, irrigado, vem aumentando em área plantada e em produtividade. Esse tipo de manejo é fortemente presente na região Sul do País, destacando-se o Rio Grande do Sul.No início do Século XXI, começa a ser cultivado em assentamentos de Reforma Agrária o arroz agroecológico. A ruptura do modelo convencional acontece após vários insucessos seguidos na produção e principalmente com os riscos à saúde e ao ambiente ocasionados pelo alto consumo de produtos químicos utilizados na adubação e tratos culturais. A produção inicial aconteceu em duas áreas experimentais de 10 hectares em dois assentamentos. Hoje a produção agroecológica se estende por mais de 04 mil hectares, envolvendo atualmente 520 famílias, com uma produção estimada, para a atual safra, de 450 mil sacas, tornado-se a maior produção agroecológica de arroz do continente americano.Para chegar a esses números foi necessário o envolvimento de muitos agricultores e o fortalecimento de vários instrumentos organizativos, com destaque às cooperativas existentes na região e ao Grupo Gestor do Arroz Ecológico. Uma estrutura organizativa que perpassa as demais estruturas organizativas e todas as decisões sobre o cultivo do arroz passam pela sua Organização. A tendência é que ocultivo do arroz agroecológico continue crescendo, expandindo-se para outras regiões do Estado. Para tanto, precisa superar alguns desafios, como o domínio de toda a cadeia produtiva, o mercado e suas implicações e cuidado constante em não retroceder no processo. É preciso buscar a cada dia a produção em escala, pois somente com escala se consegue fazer uma disputa de igualdade com o modelo proposto pelo agronegócio.<br> Abstract : Rice is the second most consumed food in the world, only losing to wheat. Domesticated for more than 10,000 years in the Yangtze River Valley of China, follows the development of many people, especially those of Asian origin. Thus becoming more than food, but a central element of cultural expression of these peoples. Currently, the world production is around 481 million tons per year, practically equivalent to the world's consumption. Among the 10 largest producers, only Brazil is not in the Asian continent, being in ninth place. China remains the largest national producer, accounting for 40% of production.In Brazil, rice cultivation takes place in all regions of the country, mostly in a small scale, for own consumption or the local market. The production is concentrated in five states and Rio Grande do Sul is the largest producer, with an output of 64% of the national production, estimated in 12.1 million tons. In Brazil, the cultivation is made in two ways: rainfed and irrigated. The rainfed production has been decreasing gradually in the last 40 years, as it was the culture used in the first cultivation in new agricultural frontiers, being replaced afterwards by other crops that were more profitable. On the other hand, the cultivation of rice in lowlands and irrigated, has been increasing in acreage and productivity. This type of management is strongly present in Southern Brazil, especially in Rio Grande do SulAs of the beginning of the 21st Century, the cultivation of agro-ecological rice begins on the land reform settlements. Rupture with the conventional model happens after several failures in production and especially with the risks to health and the environment caused by the high use of chemicals in the fertilization and cultivation. the initial production happened in two experimental areas of 10 hectares in two settlements. Today agro-ecological production spans over 4,000 hectares with an estimated production for the current crop of 450 thousand bags, becoming the largest agro-ecological production of rice in the American Continent.In order to reach these numbers, the involvement of many farmers was necessary and the strengthening of a number of organizational instruments, especially with existing cooperatives in the region and the Grupo Gestor do Arroz Ecológico (Ecological Rice Farming Manager Group). An organizational structure that permeates the other organizational structures, and all decisions on rice cultivation goes through this organization. The tendency is that the agro-ecological rice cultivation continues to grow, expanding to other regions of thestate. Therefore, it must overcome some challenges, such as the domain of the entire production chain, the market and its implications, and constant care not to go back in the process. Seek production scale every day, because only through scale, one can equally confront with the model proposed by agribusiness. |
Description: | Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2015. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158449 |
Date: | 2015 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
336760.pdf | 1.152Mb |
View/ |