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A presente pesquisa situa-se no âmbito da cultura escrita, do alfabetismo e da escolarização e tem como foco de estudo as conceptualizações sobre o sistema de escrita alfabética e os usos da escrita. O objetivo deste estudo, em estreita convergência com a questão de pesquisa, foi caracterizar interpretativamente conceptualizações de adultos não escolarizados sobre a modalidade escrita da língua, no âmbito da cultura respectiva a essa mesma escrita, de modo a identificar conceitos acerca do sistema alfabético e dos usos sociais a que esse sistema se presta. Este estudo norteou-se pela seguinte questão de pesquisa: Em se tratando da modalidade escrita da língua, no âmbito da cultura respectiva a essa mesma escrita, quais são as conceptualizações de adultos não escolarizados sobre: a) o sistema alfabético e b) os usos sociais a que se presta esse sistema? Para esse propósito, este estudo ancora-se no que vimos chamando de simpósio conceitual, que tem como base os estudos da filosofia da linguagem, concernentes ao construto teórico do Círculo de Bakhtin, a antropologia da linguagem dos estudos do letramento, representado pelo grupo do Reino Unido e teóricos afins, e, ainda, a psicologia da linguagem, no que diz respeito ao ideário vigotskiano. Tal pesquisa consiste em um estudo de caso (YIN, 2005) do tipo etnográfico (ANDRÉ, 2012), desenvolvido com uma participante de pesquisa residente da cidade de Tijucas, Santa Catarina. Os dados foram gerados a partir de instrumentos, tais como observação participante, notas em diário de campo, entrevistas e pesquisa documental. Os resultados apontaram para uma não dicotomização entre as conceptualizações acerca do sistema alfabético e as conceptualizações acerca dos usos sociais a que esse sistema se presta, sugerindo uma insularização muito constrita ao tempo e espaço específicos do cotidiano da participante de pesquisa, que entendemos encontrar-se em um entretempo e em um entrelugar em se tratando do universo da cultura escrita. |
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