Abstract:
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O período pós Guerra Fria foi caracterizado por um novo tipo de violência organizada que passou a influenciar diretamente a infância das crianças que vivem neste cenário. Chamado de Novas Guerras, por Kaldor (1999), os conflitos armados contemporâneos passaram a ter novos atores, que juntamente com uma tecnologia militar avançada e uma estratégia de guerra de medo e ódio, fizeram com que crianças passassem a ser recrutadas tanto por órgãos governamentais, quanto não governamentais. A pesquisa em desenvolvimento se propõe a estudar esta relação da teoria das Novas Guerras com o recrutamento infantil, utilizando o estudo de caso da República Democrática do Congo. Isso será feito através da análise do tema a partir de produções científicas e documentais, com o referencial teórico baseado em Kaldor (1999), Philippe Ariès (2011), Alan Prout (2010) e Gabriela Riva (2012), sendo, portanto uma pesquisa de natureza teórica e explicativa. A escolha do tema se justifica, pois o Congo é o país que se encontra na lista das Nações Unidas como país recrutador de menores há dez anos, sendo as Forças Armadas também responsáveis pela violação dos direitos das crianças. Além disso, ao analisar os infantes nos conflitos armados contemporâneos, será possível perceber o grau de destruição física, humana e moral, na qual os menores se encontram. As crianças, que vivem em ambientes violentos, crescem privadas de suas necessidades materiais e afetivas, sendo suas escolas, hospitais e igrejas destruídas e sua família e amigos afastados ou mortos. Ademais, os infantes não conseguem recorrer ao Estado, pois o mesmo não consegue garantir seu direito à vida, à educação ou à saúde. Recorrendo ao recrutamento, como forma de sobreviver á este ambiente hostil, a criança alimenta o ciclo econômico das Novas Guerras, fazendo com que isso não seja somente considerado um conflito, mas também um comércio que por beneficiar a grande maioria, parece não possuir fim. |