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Pesquisa que identifica o fluxo da informação na prática clínica do médico residente, sob a perspectiva de seleção, acesso, recuperação e uso das fontes de informação a partir dos preceitos indicados pela medicina baseada em evidências (MBE), na etapa de “acesso à informação”. Analisa o fluxo informacional considerando o contexto da medicina baseada em evidências; os canais e fontes de informação utilizadas e as necessidades informacionais dos médicos residentes. O local de aplicação foi o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, com o universo de pesquisa constituído por 41 médicos residentes que atuam nos ambulatórios. A pesquisa se caracteriza como exploratória descritiva, do ponto de vista de seus objetivos, e como quanti-qualitativa com relação à abordagem do problema. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, se caracteriza como levantamento (survey). Os instrumentos de coleta de dados foram: questionário e entrevista semiestruturada, que utilizou a técnica do incidente crítico. A pesquisa mostra que os médicos residentes são profissionais jovens, entre 24 e 32 anos, com supremacia do sexo feminino, graduados recentemente. Trabalham em média 10 horas/dia, sendo 4 horas no atendimento ambulatorial e 2 horas em atividades teóricas. No atendimento ambulatorial atendem aproximadamente 7 pacientes por dia, dedicando, em média, 34 minutos para cada paciente. Formulam, diariamente, a média de 5,25 questões clínicas, que estão mais ligadas a tratamento, resultando em 0,75 questão por paciente, sendo que 79% destas questões clínicas são respondidas. Tendem a resolver as questões clínicas quase todos os dias, gastando um tempo médio de 20 minutos com cada questão. A grande maioria se vale da Internet para acessar a informação, seguida do acervo particular. A consulta aos preceptores e pares apareceu em um segundo momento, quando os médicos residentes se deparam com dificuldades para encontrar a informação. Quando realizada a consulta aos pares, existe uma busca de certificação na literatura. Dentre as fontes de informação utilizadas com mais freqüência pelos médicos residentes temos os periódicos, com pequena vantagem sobre os textbooks e handbooks, os guidelines e os preceptores. Em relação aos sistemas informatizados, verifica-se a preferência pelo UptoDate, Portal de Periódicos da CAPES e PubMed, prevalecendo a preferência por informação já selecionada e analisada. As bases de dados nacionais, como as da BIREME e a SciELO são utilizadas com mais cautela. A confiabilidade das fontes de informação e a acessibilidade de forma gratuita são determinantes na seleção das bases de dados. Utilizam parcialmente as ferramentas de busca das bases de dados, prevalecendo a busca por termos livres. Em relação à infra-estrutura para acesso à informação, foi identificada a necessidade de melhorias na infra-estrutura dos ambulatórios, particularmente a disponibilidade de computadores com acesso à Internet. A pouca indicação das bibliotecas, como agentes envolvidos no processo de busca de informação para responder a uma questão clínica, demonstra a necessidade de sua integração neste processo. O fluxo informacional observado na prática clínica dos médicos residentes apresenta uma estrutura que se reporta a alguns preceitos recomendados pela medicina baseada em evidências, na etapa referente ao uso das fontes de informação, porém ainda está aquém do indicado e, por isso, apresenta-se um fluxo otimizado, com indicações de ações que poderiam maximizar o uso da informação disponível e acessível para a prática clínica. |
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