Abstract:
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O presente projeto de pesquisa tem como objetivo verificar se o casamento é um dos planos dos jovens quando pensam em seus projetos de futuro. Temos como hipótese a seguinte questão: podemos dizer que a socialização hegemônica das crianças, meninas, no Brasil ainda se dá de forma a estimular a experiência do matrimônio e da maternidade? Esse modelo de socialização é mais comum quando tratamos das mulheres, acostumadas a conviver com modelos de princesas midiáticas e de contos de fadas. Nestas histórias, as mulheres só se tornam completas ao encontrar o príncipe e, desse modo, viver o amor em sua plenitude. Contudo, vivemos em um momento histórico em que as instituições tradicionais parecem perder a solidez constituída e os próprios laços sociais estão mais frouxos. Sendo assim, a questão de pesquisa procura investigar: o casamento continua nos planos de futuro desses jovens? A pesquisa é de cunho qualitativo e teve como material empírico as atividades realizadas por uma docente do IFC (Instituto Federal Catarinense) Camboriú, em sala de aula: em atividade da disciplina de Sociologia, foi perguntado aos e às estudantes - dos primeiros anos do Ensino Médio Integrado - como se imaginavam no futuro (daqui a dez ou vinte anos), totalizando 201 respostas. A pesquisa analisou tais respostas a essa pergunta à luz de autores como Giddens (1993), Aboim (2009), Costa (1998) e Louro (2000), conjugando as temáticas do amor, na contemporaneidade e gênero. A nossa hipótese era de que o matrimônio aparecesse como projeto de vida, majoritariamente, entre as alunas. A hipótese foi, em partes, confirmada. De forma geral, os resultados mostraram que: sem distinção entre meninos e meninas, os e as jovens povoam o futuro com o sonho da “boa vida” capitalista: trabalhar, ser um profissional bem-sucedido com carro e casa e, quiçá, “formar uma família”. As distinções entre os gêneros masculino e feminino aparecem quando enumeramos as referências a filhos/filhas e casamento: maioria entre as mulheres, além de outras especificidades. |