Abstract:
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O presente trabalho tem como objetivo identificar a relação explicativa entre Teoria Queer e o caso de julgamento e prisão do grupo Pussy Riot, na Rússia, em 2012. Mais especificamente, o estudo busca expor a Teoria Queer e seu contraste com a sociedade russa, irrigada de valores tradicionais e com forte influência da Igreja Ortodoxa Russa, além de ter como chefe de Estado o presidente Vladimir Putin, conhecido por suas políticas opressoras às mulheres e pessoas LGBT. Dentro desse contexto, o grupo Pussy Riot surge como uma resistência à identidade tradicional russa, buscando desconstruir as normas que inferiorizam aquilo que não é masculino e trazer mais representatividade à população feminina e LGBT. Para tanto, é feita uma análise da Teoria Queer, primeiramente seu surgimento e fortalecimento, depois sua aplicação em Relações Internacionais. Isso é feito com base nos trabalhos de autores como Jill Steans, Brent Pickett, Judith Butler e Eve Kosofsky Sedgwick. Num segundo momento, uma breve história e contextualização do patriarcado na sociedade russa é apresentada, fortalecida pela liderança do presidente Vladimir Putin, um breve histórico de sua influência e imagem, bem como sua relação próxima com a Igreja Ortodoxa Russa e sua antagonização à movimentos feministas e LGBT, no intuito de montar a figura a qual irá opor e confrontar o grupo Pussy Riot. O foco da análise será, então, em levantar as principais características presentes na sociedade russa que vão ao encontro dos valores binários descritos pela Teoria Queer, e os pontos reivindicados pelo grupo Pussy Riot e como eles se comparam. Como conclusão, é possível perceber como as premissas da Teoria Queer estão presentes no contraste da disputa entre Pussy Riot e sociedade e governo russo, representando um embate entre desconstrução de dicotomias de gênero e uma sociedade patriarcal, fortemente marcada por machismo e homofobia |