A floresta em construção : representações do espaço acreano no século XX

Abstract

Discuto nesta tese as representações do espaço no território acreano através das mudanças em aspectos da cultura e técnica local no século XX. Ganham distinção o conhecimento adquirido pelas populações através da relação com espaços de florestas e o conhecimento técnico-científico produzido no meio urbano visando atender demandas dos mercados consumidores. O caminho percorrido nesta reflexão perpassa a representação da floresta através da visão extrarregional sobre a Amazônia no primeiro quarto do século XX. Isso ocorre tendo como pano de fundo um exame das racionalidades introduzidas através do aprendizado agrícola no Acre, quando o Estado Brasileiro se volta de fato para a região, a partir do governo de Getúlio Vargas. Examinando o contexto de uma nova ocupação do territorial pelas frentes de expansão na década de 1970, que a pretexto de levar progresso e desenvolvimento através das fazendas de gado percebemos ocorrer confrontos com as populações indígenas, caboclas, ribeirinhas e seringueiras. O cerne desta questão está no uso dos meios técnicos modernos, representado pela pecuária, em detrimento da cultural local, representada no extrativismo seringueiro. Analisamos ainda os reflexos regionais da modernização da agricultura brasileira amparada no extensionismo rural, seguida por uma discussão sobre a alternativa regional expressa pelo neoextrativismo e os discursos de sustentabilidade do fim do século XX.

Abstract: This thesis discusses the representations of the space in the State of Acre through the changes in aspects of the local culture and technique in century XX. The knowledge acquired by the populations through the relation with forest spaces and the technical-scientific knowledge produced in the urban environment aiming to meet the demands of the consumer markets. The reflection is about the representation of the forest through the extra-regional vision on the Amazon in the first quarter of the twentieth century. This takes place against the background of an examination of the rationalities introduced through agricultural apprenticeship in Acre, when the brazilian government has in fact turned to the region, from the government of Getúlio Vargas. Examining the context of a new occupation of the territory by the "expansion of frontier" in the 1970s, which on the pretext of bringing progress and development through the cattle ranches we noticed confrontations with the indigenous populations, peasant and rubber trees. The core of this question is the use of modern technical to the detriment of the local culture, represented in rubber extractors. We also analyze the regional reflexes of the modernization of Brazilian agriculture supported by rural extension, followed by a discussion about the regional alternative expressed by neoextrativismo and the sustainability discourses of the late twentieth century..