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O Futebol é uma modalidade esportiva que se relaciona com o cotidiano de grande parte das famílias brasileiras, seja pela prática ou pela paixão a um clube. A aplicação deste esporte em forma de projeto social pode atender à comunidade em geral e colaborar para o desenvolvimento de aspectos de cunho não esportivo também – isto é, aspectos morais, sociais, acadêmicos e familiares. Desse modo, passa a existir a possibilidade estratégica de inserção deste esporte para a valorização e promoção da cidadania, bem como para a redução da vulnerabilidade e dos comportamentos de risco na juventude. Neste sentido, este estudo se propôs a analisar a contribuição de um projeto social realizado na cidade de Florianópolis (Gol e Vida) para o desenvolvimento positivo das crianças participantes. Participaram deste estudo 10 alunos-atletas da categoria sub-12, nascidos entre os anos de 2006 e 2007, regularmente frequentes nas aulas do projeto desenvolvidas durante o primeiro semestre de 2018. Todos os alunos eram oriundos das escolas públicas da Região de Ingleses, Rio Vermelho e Vargem do Bom Jesus. Nove residiam no bairro Ingleses e um no bairro Rio vermelho; oito eram da raça branca e dois da raça negra; seis adotavam a religião católica e quatro a evangélica. Para o registro dos acontecimentos relevantes durante as intervenções, utilizou-se um diário de campo. Além do diário, foram realizadas conversas com os alunos-atletas a cada início e término dos treinos. No início, buscava-se apresentar o objetivo da intervenção, enquanto ao término discutia-se em que medida este foi atingido. No término, também eram conduzidas reflexões a respeito da transferência dos princípios sugeridos (Disciplina, Responsabilidade e Perseverança) abordados na intervenção. Nas conversas, também objetivava-se identificar de qual maneira os assuntos abordados poderiam ser transferidos para outros contextos da vida dos alunos-atletas, externos ao ambiente de treino. Finalmente, elaborou-se um questionário para ser respondido pelos pais ou responsáveis dos atletas, cujo objetivo era identificar em que medida os três valores trabalhados no projeto estavam sendo cultivados pelos alunos-atletas fora do ambiente de treino. Assim, optou-se pela realização de um módulo de ensino de 15 aulas para desenvolver os três princípios mencionados. Cada princípio foi fomentado individualmente durante cinco aulas de 90 minutos cada uma. As atividades de cada aula foram direcionadas para respeitar e fomentar o princípio-alvo, com o objetivo que os alunos pudessem inculcar aquele valor da melhor forma possível. Verificou-se que, no bloco sobre disciplina, a maioria dos alunos absorveu a ideia dos princípios de forma rápida e expôs atitudes que demonstravam a absorção, enquanto alguns demoraram mais. No bloco responsabilidade identificou-se que a visão primária estabelecida para este princípio como um norteador desta pesquisa foi eficaz, pois entende-se que é inerente a todo ser, guardando os devidos níveis proporcionais às faixas etárias. No bloco perseverança, entendeu-se que empreendê-la, sem dúvidas, muda posturas diante das adversidades, exalta o desejo de continuar, eleva o nível da busca, e isso ficou evidente diante dos desafios que os treinos propunham. Diante destas constatações entende-se que se o objetivo do estudo foi atingido. Apesar disso, sugere-se a realização de investigações mais meticulosas que superem as limitações deste estudo, ampliando o número de investigados e detalhando melhor o processo de pesquisa-ação. |
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