dc.description.abstract |
Nas últimas três décadas, incluindo as duas últimas do século passado (XX), vem ocorrendo um embate - em nosso ponto de vista, ideológico –, acerca da formação em educação física. Destacamos a homologação da Resolução 03/CFE/1987, do Parecer 09/2001, a formação das comissões de especialistas, o Parecer 138/2002 chegando à Resolução 07/CNE/CES/2004. Os estudos anteriores elaborados sobre a questão curricular, nas décadas de oitenta e noventa, do século passado, por diversos grupos, não foram considerados, haja vista que as críticas construídas não foram acatadas. A separação do curso de Educação Física em duas formações, bacharelado e licenciatura, orientou-se pela arbitrariedade e interpretação manipulada do próprio aparato dito como legal. Porém, estas normas não possuem esse caráter, e não obrigam a divisão. Assim, esta pesquisa procura conhecer a proposta pedagógica desta reformulação no Centro de desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC), em suas contradições e relações com a realidade concreta. O materialismo histórico dialético é a referência metodológica que garante a aproximação ao real. Constatamos, pelos dados levantados, que as propostas em análise, apresentam a divisão na formação do professor de educação física, privilegiando a fragmentação do conhecimento e não uma formação que atenda às necessidades do ser social atual. Pelo contexto jurídico é uma divisão arbitrária e no que se refere ao conhecimento científico não encontramos elementos que indicassem de forma clara explicações para esta separação. Como não sustentam os projetos no acúmulo científico da área, logo, parece mais uma proposta de senso comum. No que se refere à formação humana, em suas variadas instâncias, percebemos limites restritivos a este tipo de formação. E, mesmo a adequação ao mercado, por exemplo, que, apesar de estar presente no discurso, na verdade, não é atendida, pois a demanda social atual, do próprio mercado capitalista e exigida nesta recente reestruturação produtiva do capital, é de um trabalhador polivalente e não mais especializado. Em vista disso, nem para a reprodução capitalista esta separação serve, portanto, soa anacrônica e parece atender aos anseios ou questões mais pessoais que coletivas. |
pt_BR |