Abstract:
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Numa perspectiva da história cultural, investiga-se uma instituição formadora de professores para o ensino primário e os saberes matemáticos necessários para o exercício do magistério em séries iniciais no Rio Grande do Sul. O nascimento desta instituição foi um processo lento com mais de trinta de anos de discussões e iniciativas sem sucesso. Do ano de sua criação, em 1869, até a República, em 1889, diferentes grades curriculares foram propostas. Permeando essas mudanças, discussões políticas e acadêmicas determinaram a direção que o ensino assumiu nessa instituição. Constatou-se que, desde o início, os pilares que sustentavam a formação matemática necessária dos futuros professores primários consistiam em saberes aritméticos, algébricos, geométricos e de desenho. Os docentes de disciplinas de conteúdos matemáticos foram, desde o início da criação da Escola Normal, pessoas com formação em escolas militares ou engenheiros oriundos da Escola Central e congêneres. Portanto, tinham alguma formação em matemática, o que, teoricamente, significava que detinham os saberes a ensinar, mas não, os saberes para a prática da docência. Constatou-se que, como ocorreu com outras Escolas Normais no país, ela também nasceu atrelada a uma escola secundária, havendo um distanciamento entre os saberes a ensinar, presentes na grade curricular, e os saberes para a prática do ensino, que eram ministrados em escolas anexas ou no curso preparatório da própria instituição. |