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O estudo de espécies alternativas como a linhaça vem sendo cada vez mais explorado na produção agrícola, podendo se tornar uma alternativa no inverno para produção de sementes, cobertura vegetal e rotação de culturas. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da temperatura e fotoperíodo no ciclo de desenvolvimento da linhaça caracterizando fenologia e exigência térmica em diferentes agroecossistemas no Sul do Brasil. Os experimentos foram desenvolvidos nos municípios de Curitibanos, Rio do Sul, Herval D’Oeste, Ronda Alta e Palmitos no ano de 2016. Os genótipos utilizados foram Aguará INTA, Caburé INTA, Marrom e Dourada, cultivadas em três épocas de semeadura abril, maio e junho. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, totalizando cinco blocos por genótipo. Os dados meteorológicos foram obtidos de estações do Epagri Ciram e INMET. Para determinação da ocorrência dos estádios fenológicos foram marcadas vinte plantas por genótipo. As avaliações de desenvolvimento foram realizadas de modo de identificar os estádios de emergência, botão floral, início do florescimento e colheita. Calculou-se a exigência térmica da linhaça, empregando o acúmulo térmico desde a emergência até a colheita, bem como para cada fase. Os dados de frio foram acumulados utilizando temperaturas entre 2°C - 10°C. O fotoperíodo foi calculado levando-se em consideração latitude e declinação solar. A produtividade da linhaça foi calculada através dos componentes do rendimento. O volume de precipitação acumulada foi maior na primeira época e menor na terceira época, sendo em média 5 mm/dia. A temperatura máxima do ar variou entre 7,7 °C no inverno a 35,8 °C na primavera. A temperatura mínima do ar foi de – 3,8°C a 23°C, observada a menor Tmin em Curitibanos. A quantidade de frio efetivo (acumulado) até o florescimento para linhaça nos diferentes agroecossistemas variou entre 990 horas em Curitibanos e 317 horas em Palmitos. A análise realizada nos experimentos não demostrou relação entre horas de frio acumuladas e duração das fases de desenvolvimento da linhaça. O ciclo mais longo foi de 2.262,5,7°C dia ou 193 dias em Rio do Sul e o mais curto 1.707,2°C dia ou 153 dias em Herval D’Oeste. A presença de uma relação linear negativa entre temperatura do ar e a duração das fases de desenvolvimento indica que a diminuição da temperatura do ar determina o aumento da duração do ciclo para os quatro genótipos. Os genótipos floresceram em fotoperíodo de 11h e 12 h. A produtividade variou entre 0,5 e 2,6 t ha-1 Devido as potencialidade edafoclimáticas encontradas na região sul do Brasil, principalmente no clima Cfb, a introdução da linhaça possibilitará o cultivo de uma espécie alternativa para o período inverno-primavera. |
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