Agroecologia e comercialização de alimentos: qual agrobiodiversidade e qual autonomia aos agricultores?

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Agroecologia e comercialização de alimentos: qual agrobiodiversidade e qual autonomia aos agricultores?

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Rover, Oscar José
dc.contributor.author Pugas, Adevan da Silva
dc.date.accessioned 2019-02-02T03:02:25Z
dc.date.available 2019-02-02T03:02:25Z
dc.date.issued 2018
dc.identifier.other 355489
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193113
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2018.
dc.description.abstract A demanda por alimentos orgânicos tem aumentado, principalmente, devido à crítica que os movimentos de produção alternativa têm realizado sobre os desdobramentos do modelo de abastecimento convencional nas últimas décadas. Como não é possível reconhecer visualmente os alimentos orgânicos, a acreditação surgiu como ferramenta de comprovação da conformidade das práticas, assegurando a procedência dos produtos e consequentemente a segurança dos consumidores, que assumem o pagamento de um sobrepreço por produtos de qualidade reconhecida. A regulamentação da produção orgânica passou a focar a comercialização desses produtos. Com o aumento da desconfiança dos consumidores sobre os produtos convencionais, na década de 1990, o comércio de orgânicos expandiu-se e os produtos passaram a ser comercializados em supermercados, atuais principais atores do modelo convencional de abastecimento alimentar. Nesse contexto, grandes empresas do setor agroalimentar, ao visualizar um mercado promissor, iniciaram um processo de entrada na produção orgânica em busca de maior lucratividade. Esse processo é definido na literatura como convencionalização da agricultura orgânica e destaca o reordenamento deste tipo de produção para formas similares ao modelo convencional. Formas essas, antes criticadas pelos movimentos de agriculturas alternativas, dos quais faz parte a agricultura orgânica. Neste contexto, pesquisas apontam o afastamento da produção orgânica dos princípios dos movimentos alternativos e da agroecologia. Como consequência, excluem-se agricultores marginalizados, reduz-se a autonomia dos produtores que acessam os mercados e secundariza-se os preceitos da agricultura orgânica ligados à preservação da agrobiodiversidade. Com base no contexto exposto, o objetivo deste estudo foi analisar as tendências relativas à promoção da agrobiodiversidade e do grau de autonomia dos agricultores orgânicos, a partir da sua relação com as dinâmicas comerciais em que estão envolvidos. O estudo utilizou-se da abordagem qualitativa e materializou-se através de entrevistas semiestruturadas com 08 agricultores orgânicos de cada região metropolitana das capitais da Região Sul do Brasil. Os dados coletados permitem apontar os mercados como principal influência para a escolha dos agricultores sobre o que e sob quais condições produzir. Expressa-se, no contexto pesquisado, certa tendência para a ocorrência de aumento da agrobiodiversidade, sejam pela diversidade de espécies comerciais produzidas ou mesmo a diversidade geral dos estabelecimentos produtivos. Esta evidência explica-se pela forte predominância da venda direta entre os agricultores pesquisados e pela influência da clientela em demandar dos agricultores a ampliação do leque de produtos a serem ofertados. A maioria dos agricultores tem sofrido exigências de seus clientes e acessado mercados de insumos externos, o que poderia sugerir propensão à redução de autonomia nos processos comerciais. Entretanto, os dados permitem concluir que, no contexto dos estabelecimentos estudados, há uma tendência de manutenção e/ou aumento da autonomia dos agricultores orgânicos diante dos processos comerciais. Este resultado explica-se pelo amplo acesso dos agricultores a canais de venda direta, sobretudo as feiras livres, associadas à sua capacidade de negociar as condições em que as transações são realizadas. A proximidade dos estabelecimentos produtivos contribui para a criação de formas de venda com essas características. Ademais, a predominância de articulação dos agricultores em organizações de produtores tem favorecido os produtores que ampliam seus conhecimentos, constroem coletivamente vias de escoamento da produção e diminuem os custos que reduziriam seus ganhos. Nesse sentido, conclui-se que a proximidade das regiões metropolitanas, associada ao acesso de formas de venda direta aos consumidores e a articulação em organizações de produtores orgânicos têm favorecido a agrobiodiversidade e a autonomia dos agricultores, pois aproximam a gestão e as práticas produtivas desenvolvidas por estes dos princípios da agroecologia.
dc.description.abstract Abstract : The demand for organic food has increased due to the criticism that alternative production movements have made over the developments of the conventional supply model in recent decades. As it is not possible to visually recognize organic food, accreditation has emerged as a tool to prove the conformity of the practices, ensuring the origin of the products and consequently the safety of the consumers, who assume the payment of an overprice for products of recognized quality. The regulation of organic production began to focus on the marketing of these products. With consumer distrust over conventional products in the 1990s, the organic trade expanded and products were marketed in supermarkets, which are today's main players in the conventional food supply model. In this context, large agribusiness companies, when viewing a promising market, started a process of entry into organic production in search of greater profitability. This process is defined in the literature as a convention of organic agriculture and highlights the rearrangement of this type of production to forms similar to the conventional model. These forms were previously criticized by the movements of alternative agriculture, of which organic agriculture is a part. In this context, research indicates the removal of organic production from the principles of alternative movements and agroecology. As a consequence, marginalized farmers are excluded, the autonomy of producers accessing the markets is reduced, and the precepts of organic agriculture linked to the preservation of agrobiodiversity are seconded. Based on the above context, the objective of this study was to analyze the trends related to the promotion of agrobiodiversity and the degree of autonomy of organic farmers, based on their relationship with the commercial dynamics in which they are involved. The study used the qualitative approach and materialized through semi-structured interviews with 08 organic farmers from each metropolitan region of the capitals of the Southern Region of Brazil. The data collected allow us to point out markets as the main influence on farmers' choice of what and under what conditions to produce. There is a certain tendency in the context of the survey to increase agrobiodiversity, whether due to the diversity of commercial species produced or even the general diversity of productive establishments. This evidence is explained by the strong predominance of direct sales among the farmers surveyed and by the influence of the clientele in demanding from farmers the expansion of the range of products to be offered. Most farmers have suffered from their customers' requirements and have accessed external input markets which could suggest a tendency to reduce autonomy in business processes. However, the data allow us to conclude that, in the context of the establishments studied, there is a trend towards maintenance and/or increase the autonomy of organic farmers in the commercial processes. This result is explained by the wide access of farmers to direct sales channels, especially free markets, associated with their ability to negotiate the conditions under which transactions are carried out. The proximity of the productive establishments contributes to the creation of sales forms with these characteristics. In addition, the predominance of farmers 'articulation in producer organizations has favored producers who broaden their knowledge, collectively build production routes, and reduce the costs that would reduce farmers' earnings. In this sense, it is concluded that the proximity of the metropolitan regions associated to the access of forms of direct sales to consumers and the articulation in organizations of organic producers have favored agrobiodiversity and the autonomy of the farmers, since they approximate the management and the productive practices developed by the principles of agroecology. en
dc.format.extent 158 p.| il., gráfs., tabs.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Agroecossistemas
dc.subject.classification Ecologia agrícola
dc.subject.classification Agricultura orgânica
dc.subject.classification Alimentos
dc.subject.classification Trabalhadores rurais
dc.subject.classification Agrobiodiversidade
dc.title Agroecologia e comercialização de alimentos: qual agrobiodiversidade e qual autonomia aos agricultores?
dc.type Dissertação (Mestrado)


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