Title: | A presença indígena nos territórios: das aldeias às universidades, e vice-versa |
Author: | Santos, Ricardo Sant’ Ana Felix dos |
Abstract: |
Propõe-se considerar o território da universidade como um espaço que vem sendo reconfigurado a partir de sua ocupação por sujeitos que tradicionalmente a ele não pertenciam, importando frisar que esta presença se realiza de formas substancialmente distintas, dependendo do contexto espaço-temporal que se tome como referência. Certamente, torna-se necessário problematizar o "como" deste fenômeno, considerando suas implicações e os diferentes obstáculos materiais e simbólicos, direcionando, assim, o olhar para os desafios e consequências que se colocam a partir da presença neste território, também em disputa. Interessa, portanto, refletir sobre a formação de acadêmicos indígenas em seu conjunto que impactam direta e indiretamente o espaço da vida universitária e as práticas de produção de conhecimento. Parte-se da perspectiva de uma educação territorializada que reivindique agenciar novas formas de organização política e de mobilização estudantil indígena. Importa destacar também como vivenciam o universo acadêmico, suas margens e fronteiras, e como esta vivência, por sua vez, também repercute em diferentes planos de subjetivação que interpelam estes sujeitos, se interconectam e se rearticulam, como mobilizam acoplamentos necessários, reelaborando modos de ser e agir, de apropriação e de engajamento político neste ambiente enquanto sujeitos históricos, de conhecimentos e de direitos. Considerando tais fenômenos como processos em permanente construção, tais indagações são acessadas e restituídas através de uma análise etnográfica que evoca a centralidade dos encontros de estudantes indígenas (Nacionais – ENEIs – e Regionais – EREIs) como lugares privilegiados para se repensar o fortalecimento político neste processo, a afirmação da cidadania indígena, valorização histórica, reinvenção identitária e, portanto, catalizadora de potências socioculturais. Pensá-los também como espaços moduladores de acionamento de sociabilidades, de transmissão intergeracional e de circulação de trabalhos acadêmicos por eles produzidos, de discussão de temas caros às pautas do movimento e, inclusive, renovação das abordagens para a sua agenda de mobilização como um todo, apresenta-se útil para a análise dos contextos que envolvem a participação e a articulação de parte da juventude indígena dentro e fora do meio acadêmico, bem como dentro e fora das aldeias. The territory of the university is considered as a space that has been reconfigured from its occupation by subjects that traditionally did not belong to it, being important to emphasize that this presence is realized in substantially different forms, depending on the space-time context that is taken as reference. Certainly, it becomes necessary to problematize how this phenomenon occurs, considering its implications and the different material and symbolic obstacles, thus directing the regard to the challenges and consequences that arise from the presence in this territory, also in dispute. It is therefore important to reflect on the ingress of indigenous students as a whole that directly and indirectly impact the space of university life, the practices of knowledge production, and its circulation. It starts from the perspective of a territorialized education that demands new forms of political organization and indigenous student mobilization. It is also important to highlight how they experience the academic universe, its margins and borders, and how that, in turn, also has repercussions on different levels of subjectivity that interconnect and re-articulate each other, how it mobilizes necessary couplings, reworking ways of being and acting, varying forms of appropriation and political engagement in this environment as historical, knowledge and rights subjects. Considering these phenomena as processes in permanent construction, such questions are accessed and restored through an ethnographic analysis that evokes the centrality of indigenous student meetings (regional and national versions) as privileged places to rethink the political dimensions that involve new modulations, such as collective strengthening in this process, affirmation of indigenous citizenship, means to valorize historical consciousness, identity reinventions and, therefore, functioning as a catalyst for sociocultural potencies. It might be relevant to think of those meetings as spaces that activate sociabilities, intergenerational exchanges and provide circulation of scholarly works produced by them, being very useful for discussing academically important themes and guidelines of the indigenous movement, and also for renewing approaches to their mobilization agenda as a whole. It is certainly helpful to analyze the contexts that involve the participation and articulation of the indigenous youth within and outside the academic environment, as well as in and out of their villages. |
Description: | TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Antropologia. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193555 |
Date: | 2018-12-14 |
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TCC-Ricardo Sant'ana Felix dos Santos (1).pdfA.pdf | 3.889Mb |
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