dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Calavia Sáez, Oscar |
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dc.contributor.author |
Román Solano, Denia |
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dc.date.accessioned |
2019-03-28T16:27:38Z |
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dc.date.available |
2019-03-28T16:27:38Z |
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dc.date.issued |
2014 |
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dc.identifier.other |
337993 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/194242 |
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dc.description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014. |
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dc.description.abstract |
A partir das perspectivas etnográfica e historiográfica, exploram-se as experiências práticas, sociopolíticas e simbólicas de se assumir a identidade étnica ulwa no contexto contemporâneo do Caribe Nicaraguense, na América Central. Uma região histórica e culturalmente heterogênea, de intensa miscigenação e agitação política, que tem gerado tanto indefinições acadêmicas quanto frustrações políticas.Na primeira parte da tese, apresenta-se a temática de estudo, mediante a caracterização da região no contexto centro-americano e caribenho, mostrando a sua diversidade étnico-linguística, seu regime político autônomo e os dilemas que tais aspectos evocam. Por essa razão, os Ulwas e a comunidade de Karawala são descritos como objeto de estudo, destacando suas particularidades e sua ação política e étnica.Na segunda parte, abordam-se diversos aspectos históricos, divididos em dois períodos analíticos. No primeiro, discutem-se os séculos XVII e XVIII, mediante um debate reflexivo sobre a história e a historiografia da região. Busca-se propor uma nova perspectiva do dinamismo histórico das diferentes sociedades indígenas e etnias. Para tanto, exploram-se algumas linhas explicativas sobre os Miskito e sua ?monarquia nativa?, e logo, os Ulwa e Sumo-Mayangna, eclipsados nos textos acadêmicos e oficiais, discutindo o lugar sempre antiprotagônico e de alteridade radical que ocupam na maioria dos textos. No segundo período, confronta-se esse mundo colonial com as mudanças ao final do século XIX, geradas pela conversão ao cristianismo moravo e pela economia extrativista, e também pelo messianismo indígena incentivado por esses processos. A partir dessas mudanças, focalizam-se a fundação da comunidade de Karawala, sua história posterior e na redefinição da trama regional da identificação étnica e do etnônimo Ulwa, que constituem um novo sentido de pertencimento e coletividade.Na última parte da tese, apresenta-se um trajeto etnográfico no mundo cotidiano de Karawala, inscrito entre o dinamismo habitual e as normas sociais, entre os princípios cosmológicos e os preceitos morais vinculados ao ethos ulwa. Consiste em uma descrição do espaço comunitário, da vida social, das condições econômicas, dos rituais, da prática de um ?xamanismo familiar?, da organização social e do parentesco. Analisa-se a relação entre esses últimos aspectos, tais como a identificação étnica, a memória genealógica e os mecanismos de ulwalização. Estuda-se também o mundo sobrenatural, seus agentes, as interações e as transformações que ele gera nos ciclos da vida pessoal, familiar e social.Todos esses aspectos configuram o universo de uma geometria sociocultural que revela formas em movimento, posições e coletividades definidas hoje no Caribe Nicaraguense como etnias, mas em um fluxo de variação. Formas e etnias nas quais, como no caso dos Ulwas, os elementos prescritivos e diacríticos ?da cultura? não são necessariamente os mais ?tradicionais?, enquanto que os mais pragmáticos (e/ou performáticos) não são os mais modernos, como se costuma definir na literatura etnológica.Em suma, a tese é um estudo amplo que vai do regional ao local, do histórico ao etnográfico, da etnicidade como conceito político e formal ao pós-conceito de vivência étnica.<br> |
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dc.description.abstract |
Abstract : Using ethnographic and historiographic approaches, this research explores the practical, socio-political, and symbolic experiences of taking on the ethnic identity of the Ulwa in the Caribbean region of Nicaragua in Central America. This region is historically and culturally heterogeneous and is the locus of mixed ancestries and political convulsions. This heterogeneities have let do conflicting academic interpretations and a surfeit of political frustrations.The thesis first presents characterizes the Caribbean Region if Nicaragua within the Central American and Caribbean context by examining its ethno-linguistic diversity, its political autonomy, and the dilemmas that these issues evoke. I then characterize the Ulwa and the community of Karawala as research objects ,by highlighting their unique characteristics and their political and ethnic actions.The second part of the thesis examines historical issues and is divided into two periods of analysis. The first period, between the 17th and 18th centuries, is analyzed through a reflexive debate over the history and historiography of the region. I propose a new perspective for the historical dynamism of the different indigenous societies and ethnic groups, exploring the Miskito and the figure of a \"native monarchy.\" To highlight the presence of the Ulwa and Sumo-Mayangna, both of which have been obscured in official and academic texts I trace the terms by which the majority of existing texts places them as antagonistic and radically other. The second period of analysis, consisting of the colonial epoch and its transformation into the late 19th century, focuses on the conversion of the Ulwa to Moravian Christianity, on their incursion into an enclave economy and on the indigenous messianism that these processes unleashed. Considering these historical changes, I focus on the founding of the community of Karawala, its history, and the re-definition of the Ulwa ethnicity. Within their regional backdrop, the Ulwa ethnicity can be understood as an emerging ethnonym encompassing a particular sense of belonging and collective identity.The final part of the thesis is an ethnographic exploration of the everyday world of the Karawala, inscribed within the dynamism of the social and cosmological norms and moral precepts linked to the Ulwa ethos. I present a description of the communal space, social life, economic conditions, rituals, practices of family shamanism, social organization, and kinship. I examine the relationship between these aspects and ethnic identity, genealogical memory, and the mechanisms of ulwalization. I also engage with the supernatural world, its agents, and the interactions and transformations that it generates in the personal, family, and social life cycles.All of these issues make up a socio-cultural geometry that reveals forms of movement, position, otherness, and collective identity that while being defined as ethnic groups, are subject to constant influences and variations. Cultural forms and ethnic groups, as is the case for the Ulwa, whose prescriptive and distinguishing elements are not necessarily the most \"traditional\" or pragmatic elements (and/or performative) as the ethnological literature has come to define them, but rather are the most modern.This work is a wide-ranging study that ranges from regional to local, from history to ethnography, from ethnicity as a political and formal concept to the post-concept of ethnic experience. |
en |
dc.format.extent |
511 p.| il. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Antropologia |
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dc.subject.classification |
Antropologia social |
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dc.subject.classification |
Índios da América Central |
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dc.title |
A forma e as aparências: história e vida social dos Ulwa de Karawala, Caribe nicaraguense |
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dc.type |
Tese (Doutorado) |
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