Crianças e suas noções de representações sobre o passado

Abstract

O presente trabalho é resultado de pesquisa que objetivou identificar e compreender como oito crianças, tendo entre 7 e 9 anos de idade, em Florianópolis (SC), compreendem o passado não vivido por elas; quais suas noções e representações relativas a outros tempos. Tais noções e representações estiveram circunscritas ao tema brincadeira. Além de levantamento bibliográfico sobre os conceitos de história, memória e passado e sobre o ensino e aprendizagem de história com crianças de Anos Iniciais do ensino fundamental, a coleta de dados ocorreu com base no desenvolvimento de quatro diferentes atividades. Essas atividades tiveram o propósito de observar quais as relações e a argumentação das crianças relativas às brincadeiras de outros tempos: dos seus pais e avós quando crianças e, do tempo das cavernas. O aporte teórico esteve centrado em Cooper (2012) e Schmidt e Urban (2008). Cooper defende a importância de as crianças serem iniciadas no processo do conhecimento histórico pela metodologia de sua própria construção, ou seja, pelo uso de fontes históricas. Schmidt e Urban sinalizam três formas em torno das quais as crianças constroem suas narrativas: compreensão fragmentada, restrita e global do passado. Dentre os resultados, se observou que as representações das crianças estão atreladas às experiências no presente, especialmente pela influência da família, a qual possibilita o acesso a diferentes tipos de brincadeira, sobressaindo-se o brinquedo eletrônico.

The present dissertation is the result of a research which has as its objective to identify and understand the way children between 7 and 9 years old, and living in Florianópolis (SC), understand the past they have not experienced; what are their perceptions and portrayals regarding another time. Such perceptions and portrayals have been circumscribed to the children’s play. Bibliographic research about the concepts of history, remembrance and past and about the teaching and learning of history by children in their early years of basic education. In addition, there is a survey, that has been elapsed based on four different activities applied to eight children. Those activities had the purpose to verify which were their relations and arguments regarding the way children play in other times, either their parents’ and grandparents’ time, or even far earlier in the cave men ages. The theoretical contribution is centered in Cooper (2012), and Schmidt and Urban (2008) works. Cooper defends the importance of initiating the children on the process of historic knowledge by the methods of their own construction. In other words, by the use of historic sources. Schmidt and Urban indicate three ways under which children build their narratives: shattered, restricted and global comprehension of the past. Between the results, it has been noticed that children portrayals are tied to present experiences, especially under the influence of family, who allows the access to different kinds of playing, emphasizing the electronic toys, which are becoming more and more prominent nowadays.