O professor na Folha: a influência da mídia na construção da imagem docente

Abstract

A mídia, enquanto discurso social é fonte de informações na propagação de notas, informes, noticias dos mais distintos temas e assuntos. Há que se considerar, entretanto que a propagação da informação não se constitui em uma atividade neutra, objetiva, sem uma intencionalidade. A imprensa, de modo geral, tem sido uma fonte de informação questionável. Ainda que o significado das notícias possa ser interpretado pelo leitor, a forma como a notícia se apresenta, influencia fortemente na atribuição de significado, influenciando na formação de opiniões e conceitos. Neste trabalho o professor é pautado como foco da notícia. A pesquisa investiga como a imagem do professor aparece na mídia em um jornal de referência brasileira por um período de pouco mais de seis anos. Para a realização da pesquisa foram utilizados os indexadores professor e professor de educação básica. Os dados foram capturados diretamente do jornal, em sua versão online. Dentre 27.813 reportagens com a palavra professor, apenas 225 apresentam matérias sobre o professor da educação básica. A base de dados foi o jornal A Folha de São Paulo (versão online). Estas 225 matérias foram lidas e, pelo seu conteúdo, foram selecionadas 21 reportagens que possuíam um conteúdo que discutia o papel do professor da educação básica, em diferentes vertentes e acepções. A análise deste material possibilitou a construção de quatro categorias que expressam como a figura do professor da educação básica é apresentada no jornal. Para a análise foram utilizados procedimentos da pesquisa documental e da análise de conteúdo. Conclui-se que o material analisado apresenta indicadores de como o professor é apresentado na grande imprensa: informações genéricas e generalizadas sobre o Professor de ensino básico que é, muitas vezes identificado como autor de uma educação falida, deficiente e de baixa qualidade. Considera-se que as informações discursivas dos periódicos interferem na vida simbólica das pessoas. Essas notícias cada vez mais apelativas e com recortes de informações, evidenciam concepções e conceitos equivocados, que proporcionam uma falsa sensação de que o que é lido é expressamente o fato real.