Uma Aplicação da DEA (Data Envelopment Analysis) na Gestão de Resíduos Sólidos nos Municípios da Região Sul: Quem é Quem Quando se Mede a Eficiência?

Abstract

A geração total de resíduos sólidos urbanos descartados pela sociedade aumentou significativamente e esse excesso tem preocupado os países de todo mundo, visto que tem ultrapassado o crescimento populacional. Mesmo com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os recursos aplicados para a destinação adequada dos resíduos encontram-se insuficientes, e pouco aumentaram nos últimos anos. Diante desse problema, o artigo tem como objetivo analisar a eficiência dos recursos aplicados pelos setores públicos e privados nos municípios para com o manejo de resíduos sólidos urbanos. A pesquisa classificase como quantitativa, e para a obtenção dos resultados, utilizou dados secundários quantitativos referentes aos municípios da região Sul do país disponíveis no Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS) no ano de 2015. As variáveis estudadas serão analisadas por meio da Data Envelopment Analysis (DEA) ou Análise Envoltória de Dados, que avalia o nível de eficiência de acordo com inputs e outputs selecionados. Em seguida, realizou-se a correlação de Pearson, com o propósito de verificar se há relação significativa entre a eficiência dos municípios e as despesas relativas a coleta de resíduos sólidos urbanos. Com os indicadores de eficiência, aplicou-se os modelos de Regressão Tobit e Mínimos Quadrados Ordinários, a fim de observar o comportamento das variáveis socioeconômicas IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), PIB (Produto Interno Bruto) per capita e densidade demográfica, agregando a natureza jurídica das entidades responsáveis pelo serviço nas variáveis. A análise efetuada demonstrou que apenas 15 municípios foram considerados eficientes, das quais o estado do Paraná detém a maioria deles. Pode-se concluir que o manejo de resíduos sólidos urbanos se encontra precário na maioria dos municípios analisados e que aumentar os investimentos é insuficiente se não forem acompanhadas de mecanismos contábeis que auxiliem na gestão e controle por parte das autoridades públicas envolvidas.