Pacientes oncológicos: desafios socioeconômicos do acompanhante familiar numa clínica médica do HU/UFSC

Abstract

O presente trabalho refere-se à problematização dos desafios postos às famílias na condição de acompanhantes de pacientes e as estratégias de superação dos mesmos. Atualmente, tem-se valorizado o papel do acompanhante como parte importante no processo de restabelecimento da saúde do paciente internado. No entanto, dentro deste processo, observam-se alguns fatores, evidenciados pelos familiares, que dificultam a garantia efetiva desse acompanhamento. Assim, este estudo buscou problematizar os desafios postos às famílias na condição de cuidadoras de pacientes oncológicos internados no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Os objetivos específicos foram: caracterizar o perfil socioeconômico dos acompanhantes familiares; levantar as dificuldades dos familiares para o acompanhamento dos pacientes; verificar o nível de compreensão que os acompanhantes familiares possuem sobre direitos sociais e conhecer as estratégias realizadas pelos familiares para garantir o acompanhamento do paciente internado. A metodologia se deu mediante uma pesquisa empírica de natureza qualitativa, quantitativa e descritiva através de entrevista semiestruturada com cinco familiares acompanhantes nos meses de agosto e setembro de 2018, com revisão bibliográfica. Como resultados pode-se perceber a situação dos familiares em relação à condição de acompanhante ao qual resulta de sentimentos de obrigação, afetividade, apoio, acompanhamento junto ao familiar em todas as etapas do tratamento como ajudar em suas limitações físicas e ter conhecimento da evolução no tratamento. Foi evidenciado que os usuários em questão têm pouca informação no âmbito da previdência e assistência social como garantia de direitos. Observou-se que em todos os relatos que, a maioria das famílias apresenta renda que não garante a sua permanência e sobrevivência na condição de cuidador familiar, dependendo de ajuda de outras pessoas e/ou grupos. Os familiares destacaram a importância do apoio e incentivo de seu meio social como a solidariedade de familiares, amigos e demais pessoas da comunidade, fazendo-se necessária a discussão sobre políticas públicas voltadas para os usuários e seus familiares no que diz respeito à ampliação de possibilidades de ação para ajudar tanto na recuperação da saúde quanto nas estratégias dos cuidadores para garantir presença efetiva junto ao familiar internado.