Memória histórica e autobiografia no Museu Histórico Emílio da Silva: as "narrativas tácitas" e os silenciamentos explícitos de uma coleção

Abstract

Este trabalho busca compreender a trajetória do acervo inicial do primeiro museu de Jaraguá do Sul, cidade situada no nordeste de Santa Catarina. Inaugurado oficialmente em 1987, o “Museu Municipal Emílio da Silva” foi idealizado por seu patrono como local de consagração para sua coleção particular de fotografias e documentos antigos do município, transformada no primeiro acervo a ingressar na instituição. Dentro do seu projeto de memória, é possível reconhecer uma narrativa autobiográfica, que busca legitimar o legado do patrono do museu na história da cidade, ao mesmo tempo em que é consagrado como “historiador” do município. Sua coleção é utilizada inicialmente como acervo para a exposição fotográfica do Centenário jaraguaense, em 1976. Mais de uma década depois, em 1987, o acervo foi resgatado e inaugurou o primeiro museu da cidade, chamado “Museu Municipal Emílio da Silva”, que continuou em transformação até tornar-se “Museu Histórico Emílio da Silva”, em 2001. A partir da constituição da coleção, sua circulação pública e sua institucionalização, este trabalho objetiva identificar as “narrativas tácitas” da coleção de Emílio da Silva.