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TESTA, Ericks Henrique. Qualidade das Águas Subterrâneas de Consumo Humano nas Comunidades Rurais da Bacia Hidrográfica do Rio Jacutinga, Oeste de Santa Catarina. Trabalho de Conclusão de Curso - Geologia - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Florianópolis, 2017, 122 p. |
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O crescimento socioeconômico da Região Oeste de Santa Catarina, principalmente por conta
dos avanços das atividades agropecuárias, tem degradado a integridade das águas superficiais.
Desse modo, houve um expressivo aumento da explotação dos reservatórios subterrâneos,
principalmente do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG). Nesse aspecto, a escassez de
estudos acerca da qualidade dessas águas colabora com a manutenção do estigma de que estas
são totalmente seguras. A área de estudo aqui contemplada, que compreende a Bacia
Hidrográfica do Rio Jacutinga e Sub-bacias Contíguas, é um exemplo desse cenário. Nesse
contexto, a utilização de indicadores, como o Índice de Qualidade das Águas Subterrâneas
(IQAS), é muito recomendada, pois esses são sucintos e eficazes. O objetivo geral deste
trabalho foi caracterizar e discutir a qualidade das águas subterrâneas destinadas ao consumo
humano das comunidades rurais desta bacia. Além disso, buscou-se classificar essas águas
quanto a sua qualidade, analisar as características construtivas dos poços amostrados, debater
sobre eventuais problemas de contaminação, bem como propor outras formas de captação de
água, visando uma gestão integrada. Para isso, utilizou-se de um banco de dados, cedido
Comitê do Rio Jacutinga, composto por análises físico-químicas e bacteriológicas realizadas
em 100 poços comunitários da zona rural da bacia durante 2013 e 2015. A primeira etapa
consistiu na elaboração de um IQAS exclusivo para esse contexto, baseado em trabalhos
realizados em outras regiões do Brasil. Fotografias dos poços também foram úteis na
observação dos aspectos construtivos. Em complementação, realizou-se uma investigação de
campo a fim de compreender melhor as realidades locais, principalmente onde a qualidade da
água foi considerada ruim. Os resultados do IQAS indicaram o predomínio de águas de boa
qualidade para consumo humano, com uma significativa melhora do quadro para o último
ano. De qualquer forma, em ambos os anos, 10 % dos poços foram enquadrados na pior
classe. Nestes casos, os principais fatores limitantes foram: a presença de coliformes totais e
Escherichia coli; as elevadas concentrações de ferro e manganês; e o pH muito alcalino. Além
disso, observou-se uma grande quantidade de irregularidades construtivas nos poços. A
recorrência desses problemas, aliada aos impactos causados pelas atividades potencialmente
poluidoras, alerta para a suscetibilidade de contaminação por agentes externos, como
evidenciado pelas características bacteriológicas. Porém, os demais parâmetros problemáticos
parecem estar mais relacionados com a geoquímica dos aquíferos. Na etapa de campo, foi
verificada a utilização e as potencialidades hídricas de cada lugar como, por exemplo, o uso
das nascentes e da água da chuva. Destaca-se que o IQAS se mostrou uma importante
ferramenta de caracterização da qualidade das águas subterrâneas dessa região. Conclui-se
também, que apesar da vulnerabilidade inerente e do risco à contaminação, as águas do SASG
ainda têm sua qualidade preservada no contexto da bacia. Porém, a ocorrência de águas de
qualidade ruim, associada aos problemas de saúde que estas podem causar, já mostra indícios
de mudança dessa condição favorável. Por fim, ressalta-se que a melhor maneira de
solucionar essa problemática, como observado em algumas comunidades visitadas, é a prática
de gestão integrada das águas. |
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