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A diplomacia científica é ainda uma prática pouco estudada nas Relações Internacionais. Ainda sabe-se pouco sobre os propósitos dos Estados em realizar ações diplomáticas em ciência, tecnologia e inovação (C,T&I). Atualmente, o engajamento em ações de diplomacia científica tem aumentado, já que o centro da produção global de conhecimento também está se ampliando, dando assim, espaço para novos países entrarem nessa dinâmica. Nesse cenário, países como o México passam a ter uma maior atuação em ações de diplomacia científica dentro do seu escopo estratégico. O presente trabalho tem como objetivo central responder à pergunta: qual é o papel da Secretaria das Relações Exteriores (SRE) e da Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AMEXCID) na diplomacia científica mexicana? Para responder a essa pergunta foram estabelecidos os objetivos específicos para a pesquisa. O primeiro objetivo é sistematizar o marco teórico sobre diplomacia científica; o segundo, mapear os atores do sistema de inovação do México para compreender sua estrutura institucional e entender se há atores relevantes para a diplomacia científica; o terceiro, entender a atuação internacional da SRE e da AMEXCID na diplomacia científica mexicana, incluindo os termos que utilizam para designar a prática, as regiões consideradas estratégicas e os propósitos. Por meio deste trabalho concluiu-se que atores chave do sistema nacional de inovação, no caso do México, não podem ser consideradores atores centrais da diplomacia científica, sendo o papel da SRE e AMEXCID fundamental para celebrar acordos de diplomacia cientifica e cooperar na área de C,T&I. Nota-se, a predominância de propósitos econômicos no discurso da SRE e da AMEXCID com a diplomacia científica, porém vale ressaltar que também apresentam propósitos voltados a resolução de problemas globais, como segurança alimentar, hídrica, incrementos para saúde e combate à pobreza. Ainda, percebe-se uma maior aproximação com países da América Central e do Sul. Entretanto, há também uma relação estratégica com outras regiões, que serão mencionadas. Dito isso, o presente trabalho também entendeu nos casos estudados, que o termo “diplomacia científica” ainda não é utilizado no caso do México, predominando terminologias de cooperação científica e técnica. Isso não significa que o país não faça diplomacia científica, mas possivelmente que suas políticas na matéria ainda sejam incipientes. |
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