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Introdução: o período neonatal compreende os primeiros 28 dias de vida de um recém-nascido,
sendo considerado de grande vulnerabilidade para o bebê. Quando o mesmo se encontra em
situações de risco de morte ou necessidade de cuidados especializados, há necessidade de
internação em Unidades Neonatais. Nestes ambientes, o cuidado, objeto de trabalho da
enfermagem, não pode ter foco unicamente no recém-nascido, pois há necessidade de cuidados
voltados também à família. Objetivo: conhecer a percepção de puérperas e de profissionais da
equipe de enfermagem acerca da presença das mães e pais no ambiente de uma Unidade
Neonatal. Método: pesquisa de caráter descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. O
estudo foi realizado na Unidade Neonatal de um hospital do sul do Estado de Santa Catarina,
com horários restritos para as visitas dos pais e demais familiares, em janeiro de 2019. Os
participantes foram oito puérperas cujos filhos passaram por internação no cenário de estudo e
também, 15 profissionais da equipe de enfermagem, totalizando 23 entrevistas. A análise dos
dados fora realizada conforme a análise de conteúdo de Bardin. Os fundamentos éticos da
Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, foram respeitados, com aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa com o parecer de número 3.094.053 sob CAAE 04556918.0.0000.0121.
Resultados: os resultados obtidos geraram dois manuscritos; o primeiro teve como objetivo
conhecer a percepção de profissionais da equipe de enfermagem acerca da presença das mães e
pais na Unidade Neonatal de um hospital público. Deste estudo emergiram cinco categorias: a)
Horários de visita; b) Visitação relacionada às atribuições da enfermagem e infecções; c)
Método Canguru; d) Acolhimento e empatia; e) Cuidados com o bebê e amamentação. Existem
divergências de opiniões quanto à presença dos pais, pois os profissionais a consideram
importante e possuem empatia, entretanto, relacionam a permanência dos pais na unidade com
prejuízos durante a realização de cuidados e também, com infecções. O segundo manuscrito
teve como objetivo conhecer a percepção de puérperas acerca da presença das mães e pais no
ambiente da Unidade Neonatal. Este estudo gerou três categorias: a) Visita à Unidade Neonatal;
b) Relações com os profissionais de saúde; c) Sentimentos maternos em relação à hospitalização
na Unidade Neonatal. Neste estudo fora destacado que as puérperas demonstram o despertar de
diferentes sentimentos com a internação de um filho e acabam por se sentirem satisfeitas, no
geral, com o tratamento oferecido na unidade e com os horários de visita. Considerações finais:
o presente estudo fornece subsídios para uma reflexão acerca da necessidade de mudanças no
âmbito das Unidades Neonatais, demonstrando a importância da presença das mães e pais junto
aos recém-nascidos. Há necessidade de trabalhos de educação permanente junto aos
profissionais da equipe de saúde, que às vezes, acreditam que seus fazeres serão afetados pela
livre permanência dos pais na unidade, diferente do que é preconizado pelo Ministério da
Saúde; e também, trabalhos em conjunto com os pais, que muitas vezes não sabem os direitos
que possuem. |
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