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A cisplatina é um agente antineoplásico utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer. Apesar de seus efeitos positivos no tratamento do câncer, ainda enfrentamos uma importante limitação quanto ao seu uso que se deve a potenciais efeitos colaterais. Dentre estes efeitos, a nefrotoxicidade é o principal fator limitante da terapia com cisplatina. A cisplatina pode causar desequilíbrio de eletrólitos no organismo e lesão renal aguda (LRA) devido à necrose tubular. Diferentes mecanismos parecem contribuir para a patogenicidade renal do composto incluindo lesão vascular, inflamação, isquemia, estresse oxidativo e morte celular. O estudo de potenciais estratégias de prevenção da lesão renal induzida pela cisplatina tem se tornado um desafio pois deve-se encontrar um meio de proteger os rins, porém sem reduzir a eficácia do fármaco no tratamento do câncer. Diferentes estudos mostram que o uso de compostos antioxidantes pode representar uma importante opção na prevenção da lesão renal através da redução da produção de espécies reativas. O probucol e o succinobucol (composto derivado do probucol) são compostos hipolipemiantes com propriedades antioxidante e anti-inflamatória, que vêm demonstrando efeitos benéficos em diferentes modelos experimentais de patologias. Neste sentido, o objetivo geral deste trabalho foi investigar, o possível efeito protetor do probucol e seu derivado succinobucol frente à nefrotoxicidade induzida pela cisplatina em células HEK 293. Inicialmente, as células foram tratadas com probucol ou succinobucol nas concentrações de 0,5, 1, 3 e 10 μM durante 48 h. O tratamento com probucol não causou nenhuma alteração na viabilidade celular, enquanto que o tratamento com succinobucol, na concentração de 10 μM, significativamente reduziu a viabilidade celular. A partir destes resultados, escolhemos as concentrações de 10 µM para o probucol e 3 µM para o succinobucol, as quais não demonstraram efeitos citotóxicos no ensaio de viabilidade celular, para serem utilizadas nos ensaios posteriores. Em experimentos paralelos, as células foram expostas à cisplatina (10, 20, 50, 75, 100 e 200 µM) durante 24 h. A exposição à cisplatina na concentração de 200 μM causou uma redução de 30% na viabilidade das células HEK 293, porém sem induzir morte celular através do ensaio de incorporação do iodeto de porpídio. Em seguida, investigou-se o possível efeito protetor do probucol e do succinobucol na toxicidade induzida por cisplatina. As células foram pré-tratadas com os compostos durante 24 h e, expostas à cisplatina por 24 h. O pré-tratamento com os compostos probucol e succinobucol não protegeu as células contra o efeito citotóxico induzido pela cisplatina. Tendo em vista que existe a necessidade de efetivos agentes protetores capazes de reduzir o efeito tóxico da cisplatina sobre o tecido renal, mais estudos são necessários, utilizando tempos maiores de pré-tratamento com os compostos. Além disso, estudos adicionais são também importantes para melhor entender o mecanismo de toxicidade da cisplatina em células HEK 293, além do potencial mecanismo de proteção dos compostos. |
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