Abstract:
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A composição física é um componente importante da aptidão, porque o excesso de
tecido adiposo atua como peso morto para atividades como de corrida, que é
desempenhada durante a partida . Em virtude disso, a arbitragem de futebol de elite
brasileira é avaliada constantemente pelo percentual de gordura corporal (%GC) -
estimado por antropometria - e desempenho em testes físicos. O objetivo deste estudo
foi comparar o %GC obtido por diferentes métodos de avaliação de composição
corporal em 21 árbitros de futebol de elite do sexo masculino de Santa Catarina,
membros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O %GC foi estimado por
antropometria, Impedância bioelétrica (BIA), Pletismografia por deslocamento de ar
(BOD POD), Densitometria óssea de dupla absorção de raio-X (DXA ) e equações de 3
e 4 compartimentos (3C e 4C, respectivament e). Antropometria e DXA foram utilizados
como referência de comparação neste estudo. O teste t de Student ou Mann Whitney foi
utilizado para comparar os dois grupos quanto às variáveis contínuas quando simétricas
ou assimétricas, respectivamente. A comparação das variáveis qualitativas foi realizada
pelo teste de qui-quadrado. A validade entre os métodos foram avaliados pelo
coeficiente de correlação intraclasse ou pelo Kappa ponderado de Cohen coeficiente e
a comparação entre diferentes métodos foi avaliada por ANOVA de uma via, seguido
pelo teste de Tukey quando significativa. P ela análise do coeficiente de correlação
intraclasse, BIA, BOD POD e 3C possuem correlação excelente (r=0,82; r=0,84; r=0,83,
respectivamente) comparada com a antropometria, já DXA (r=0,70) apresentou
resultado satisfatório. Quando usado DXA como padrão de comparação, BIA e BOD
POD (r=0,72; r=0,72, respectivamente) apresentaram correlação satisfatória e 3C
correlação excelente (r=0,78). Contudo, 4C apresentou correlação pobre (r=0,00)
comparado com ambos métodos. De acordo com os gráficos de concordância de
Bland-Altman, antropometria subestimou o %GC quando comparada com os diferentes
métodos (DXA, BIA, BOD POD e 3C), enquanto que com o modelo de 4C,
superestimou o %GC. Já DXA superestima o %GC comparada com BIA, BOD POD, 3C
e 4C ( respectivamente: média=2,77, DP=2,40; média=3,25, DP=2,75; média=2,52,
DP=2,21; média=11,19, DP=3,82) . Pela análise de kappa ponderado, quando
comparado com a antropometria, BOD POD, BIA e 3C possuem uma concordância
substancial (0,65, p<0,001; 0,68, p<0,001; 0,72, p<0,001, respectivamente), DXA
concordância moderada (0,64, p<0,0001) e 4C concordância pobre (0,12, p=0,902).
Comparados ao DXA, BOD POD, BIA e 3C apresentaram concordância moderada
(0,55, p=0,001; 0,58, p<0,001; 0,59, p=0,001, respectivamente) e 4C concordância
fraca (0,35, p=0,909). A antropometria apresentou concordância significativa com a BIA,
BOD POD, DXA e modelo de 3C, exceto com modelo de 4C. Portanto, a antropometria
pode ser um bom método para análise do %GC em árbitros de futebol da elite
brasileira, apesar da variabilidade intra e interindividual inerente a este método. |