Percepção de vínculo e estresse ocupacional de profissionais de saúde que atuam no cuidado de pacientes oncológicos

Abstract

Os casos de câncer são a segunda maior causa de óbitos no Brasil e se constituem como grande demanda para o Sistema Único de Saúde. Um dos dispositivos que favorece o cuidado aos pacientes oncológicos é o vínculo entre profissional e paciente. Neste campo de atuação, as tensões e os desafios são diários, e, para além do cuidado ao paciente, o trabalhador precisa lidar com situações complexas que podem gerar reações negativas, conhecidas como estresse ocupacional. O objetivo deste estudo foi investigar a percepção de vínculo e o nível do estresse ocupacional de profissionais de saúde que atuam no cuidado de pacientes oncológicos. Quarenta profissionais das equipes de clínica cirúrgica e de onco-hematologia de um hospital, responderam a questionários sobre vínculo e estresse no trabalho. Os resultados mostraram que a maior frequência foi do vínculo terapêutico, mesmo tipo identificado como ideal pela maioria dos profissionais. A equipe onco-hematologia revelou escores mais altos do que a equipe de clínica cirúrgica na carga horária de trabalho semanal, percepção de vínculo e vínculo ideal. Houve correlação positiva moderada entre as duas medidas de percepção de vínculo, e percepção de vínculo e percepção de vínculo ideal, mas não entre as demais variáveis. Assim, destaca-se a potência dos modelos de trabalho em saúde que utilizam como tecnologia do cuidado o dispositivo do vínculo entre profissional de saúde e pacientes oncológicos.