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O presente trabalho teve como objetivo compreender os significados atribuídos ao transplante hepático por pacientes transplantados após no mínimo 12 (doze) meses do procedimento e as repercussões no seu ciclo de vida familiar. Para tanto, realizou-se um estudo qualitativo, exploratório e descritivo, de corte transversal, por meio de estudo de casos múltiplos, analisados sob a perspectiva da Teoria do Ciclo de Vida Familiar. Participaram deste estudo, três pacientes transplantados, dois do sexo masculino e uma do sexo feminino, com 57, 46 e 30 anos de idade, e que haviam realizado o transplante hepático há respectivamente, 1, 3 e 5 anos, e permanecem em acompanhamento ambulatorial no serviço de transplante hepático de um hospital público do sul do Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, individualmente com cada participante, no período de setembro a outubro de 2019. A análise se deu por meio de estratégia de estudo de casos múltiplos e, posteriormente, da contextualização teórica dos casos através da análise baseada em proposições teóricas. Para tanto, realizou-se a descrição de cada caso e, posteriormente, a discussão dos mesmos através de quatro categorias de análise, a saber: a) o ciclo de vida familiar no pré-transplante hepático; b) o momento atual do ciclo de vida familiar; c) os significados atribuídos ao transplante hepático; e, d) as repercussões futuras no ciclo de vida familiar. Os resultados ressaltaram que os três casos discutidos apresentaram repercussões importantes nos estágios do ciclo de vida individual e familiar provenientes do processo de adoecimento nos períodos pré e pós-transplante hepático, evidenciando que adoecimento interfere tanto no desenvolvimento do sistema familiar, como na transição entre os estágios desenvolvimentais e na execução das tarefas. Quanto às perspectivas das futuras etapas do ciclo de vida familiar dos participantes, ressalta-se que estas poderão apresentar mudanças significativas, com transição do estágio vivenciado e nas tarefas desenvolvimentais previstas para cada momento. Por fim, no que se refere aos significados atribuídos ao transplante, os participantes identificaram o mesmo como a possibilidade de sobrevivência frente ao adoecimento hepático, além da perspectiva da mudança de vida. |
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