A delimitação de urbano no município de Rio Negrinho e seus efeitos sobre as unidades familiares de produção agrícola

Abstract

O presente TCC busca discutir a delimitação entre urbano e rural no município de Rio Negrinho, desde a sua formação até hoje. Associado a esse debate, analisar como as unidades familiares de produção agrícola (UFP) situadas dentro do Perímetro Urbano foram influenciadas por este tipo de zoneamento. O foco está na pequena agricultura familiar, julgada estratégica para o desenvolvimento sustentável e solidário do espaço rural no Planalto Norte Catarinense. O TCC procura dar voz a alguns dos responsáveis por UFP, entender suas preocupações e as dificuldades para manter-se como agricultor em áreas que, mais recentemente, vêm sendo densamente povoadas e ganhando efetivamente infraestrutura urbana em um processo de forte especulação imobiliária. O TCC busca, ainda, conhecer e analisar os memoriais descritivos do perímetro urbano de Rio Negrinho desde sua emancipação administrativa; identificar possíveis tensões (que está dentro do perímetro urbano) e a realização de atividades agrícolas neste espaço para contribuir com as reflexões mais amplas sobre a abordagem administrativa adotada para a delimitação entre Urbana e Rural. Para a consecução desses objetivos, com base em imagens de mapas cedidos pela Prefeitura municipal de Rio Negrinho e do contato com técnicos que atuam no município, foram identificadas cinco unidades familiares de produção agrícola em diferentes situações dentro do perímetro urbano. Efetuou-se, em seguida, entrevistas semiestruturadas com membros destas famílias, incluindo diferentes gerações para poder contemplar o período de sessenta anos. As entrevistas contribuíram para recuperar as mudanças no entorno das UFP, especialmente aquelas que se referem a um possível processo de “urbanização”. As informações foram sistematizadas e em seguida analisadas. A pesquisa aponta que, mesmo que a família não planta ou cria mais animais nas suas propriedades, os proprietários ligados às UFP dentro do perímetro urbano não abrem mão do seu espaço territorial, da paisagem, do perfil de ruralidade e, mesmo, da agricultura, e que tem alunos que moram em espaços agrícolas dentro do perímetro urbano, e da mesma forma, a perspectiva que um educador precisa conhecer profunda e criticamente a realidade de cada aluno. No caso de Rio Negrinho, deixou claro que há, sim, alunos do campo, sem ser de grandes extensões de terra, e nem de grandes plantações de uma monocultura, e morar distante da sede municipal.

This TCC seeks to discuss the delimitation between urban and rural in the municipality of Rio Negrinho, since its formation until today. Associated with this debate, analyze how the family units of agricultural production (UFP) located within the Urban Perimeter were influenced by this type of zoning. The focus is on small family farming, considered strategic for the sustainable and supportive development of rural areas in Planalto Norte Catarinense. The TCC seeks to give a voice to some of those responsible for UFP, to understand their concerns and the difficulties to remain as a farmer in areas that, more recently, have been densely populated and effectively gaining urban infrastructure in a process of strong real estate speculation. The TCC also seeks to know and analyze the descriptive memorials of the urban perimeter of Rio Negrinho since its administrative emancipation; to identify possible tensions (which are within the urban perimeter) and the carrying out of agricultural activities in this space to contribute to the broader reflections on the administrative approach adopted for the delimitation between Urban and Rural. To achieve these objectives, based on images of maps provided by the Municipality of Rio Negrinho and contact with technicians working in the municipality, five family units of agricultural production were identified in different situations within the urban perimeter. Subsequently, semi-structured interviews were conducted with members of these families, including different generations in order to contemplate the sixty-year period. The interviews contributed to recover the changes around the UFP, especially those that refer to a possible “urbanization” process. The information was systematized and then analyzed. The research points out that, even if the family does not plant or raise more animals on their properties, the owners linked to the UFP within the urban perimeter do not give up their territorial space, the landscape, the rurality profile and even agriculture, and that there are students who live in agricultural spaces within the urban perimeter, and likewise, the perspective that an educator needs to know deeply and critically the reality of each student. In the case of Rio Negrinho, he made it clear that there are, indeed, students from the countryside, other than large tracts of land, or large monoculture plantations, and living far from the municipal headquarters.