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Este trabalho tem como propósito compreender os avanços e limitações dezesseis anos após a Lei 10.639/03 ser sancionada no Brasil, tornando obrigatório o ensino de História da África e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares do país. Junto com a Lei, são criadas as Diretrizes Curriculares para Educação Étnico-Racial (2004). O objeto de pesquisa deste trabalho é a coleção “Estudar história: Das origens do homem à era digital”, comercializado pela editora Moderna, em todo território nacional. Nosso objetivo é compreender como este material tem abordado este conteúdo, se é de uma maneira crítica ou somente para preenchimento de currículo. Descobrimos que os livros didáticos continuam reproduzindo moldes eurocêntricos de ensino, mas também, que as editoras tem se esforçando cada vez mais para que este assunto seja abordado de uma maneira crítica e coerente. A metodologia do trabalho se baseou em quatro partes. Primeiramente, foi feita uma análise do manual do professor, compreendendo que nesse campo a coleção defende o que se propõe a ensinar ao longo dos 50 capítulos. Logo depois, uma análise quantitativa de onde está História da África na coleção, chegamos à conclusão de que apenas 5 capítulos, ao longo dos quatro volumes, são destinados inteiramente a História da África, enquanto 22 são destinados a História da Europa. Na análise do manual do aluno, escolhemos dois capítulos específicos para ser analisados, com eles compreendemos que muitas vezes a coleção deixa de falar sobre assuntos pertinentes que foram muito importantes para a história africana, mas ao mesmo tempo, dialoga com a historiografia africana atual, onde quebra com padrões de Ensino baseados em estereótipos de fome e pobreza. Por fim, analisamos as imagens e atividades destes dois capítulos. Percebemos que as imagens escolhidas pela coleção desenham no imaginário dos estudantes um continente rico em culturas, geografia, relatando um povo guerreiro, resistente, protagonista da sua própria história. |
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