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Este trabalho tem como principal objetivo compreender a relação entre as dinâmicas sócio espaciais indígenas e os ambientes coloniais no contexto da espacialização da economia colonial em Goiás, entre os anos de 1722 e 1770. A maior parte da documentação utilizada advém da correspondência oficial – ofícios, relatórios, provisões, cartas, consultas, requerimentos – disponibilizada pelo Arquivo Histórico Ultramarino ou publicadas na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em menor quantidade, usamos alguns relatos de viajantes e sertanistas. Além dessas fontes, os documentos cartográficos produzidos no período, constituíram referência fundamental para abordar nossas questões, pois, articulando-os a outros documentos produzimos nossos próprios mapas. Dos povos indígenas mais recorrentemente citados nas fontes, nos detemos aos Kayapó, Akroá e Bororo. Investigando os conflitos e alianças travados nos e pelos espaços, demonstramos como os ataques indígenas aos povoados, fazendas e caminhos, barraram a expansão das atividades econômicas e a circulação das mercadorias. Ademais, explorando as dinâmicas locais, evidenciamos as múltiplas agências dos povos indígenas na defesa de seus interesses e conquista de novos espaços dentro da sociedade colonial. Por fim, demonstramos como, nesses mesmos conflitos, e com a legitimidade gerada pelos dispositivos de “guerra justa” e administração particular, uma força de trabalho indígena foi constituída e empregada nas mais diversas atividades econômicas e, expressivamente, como força militar. |
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