Abstract:
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Os desastres naturais estão relacionados à ocorrência de processos inerentes a dinâmica terrestre. No caso das inundações, destacam-se as precipitações prolongadas ou precipitações rápidas e intensas. Por serem fenômenos naturais, as inundações não podem ser evitadas, porém seus danos podem ser minimizados. Considerando a frequência deste tipo de evento em Santa Catarina, a estimativa dos danos relacionados a inundações é um dos importantes fatores a ser considerado nas ações de mitigação relativas às mesmas. O conhecimento sobre os danos provocados por inundações possibilita a melhoria das ações dos órgãos públicos, sejam no reordenamento do espaço urbano, proteção civil, no planejamento orçamentário anual ou a minimização dos prejuízos. Como referência para esse estudo foi utilizado o município de Timbó em Santa Catarina, localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-açu. A escolha do município se deu em função do histórico de inundações e da disponibilidade de dados hidrológicos e cadastrais. O principal objetivo do presente trabalho foi elaborar e propor uma metodologia para estimar danos relacionados às inundações, utilizando como parâmetros a altura da água e dados cadastrais. A metodologia utiliza o modelo HAND (Height Above the Nearest Drainage) integrado ao TerraView para determinar as alturas da inundação, bem como Planta de Valores e Custo Unitário Básico para a estimativa de danos. Assim, para determinar a população exposta a eventos de diferentes magnitudes, foram utilizadas as alturas da água obtidas e população por setor censitário. Combinando a análise da população exposta e a estimativa de danos determinaram-se quais os setores censitários possuem maior risco. Posteriormente, realizou-se a comparação entre avaliações de danos para eventos de magnitude similar. Como resultados, foi observado que para um evento com tempo de retorno de 25 anos, similar ao ocorrido em 2011, os danos totais entre R$ 0,00 e R$ 2.904,04, ocupam 42% da área urbana. Enquanto danos com altos valores por m², que variam de R$ 12.584,19 a R$ 24.587,55 ocupam apenas aproximadamente 9%. Além disso, o padrão de distribuição espacial da população exposta e do risco indica maiores concentrações na área central e em seu entorno. Dessa maneira, desde que haja dados cadastrais atualizados, a presente metodologia pode ser aplicada em qualquer município brasileiro. |