Perfil químico do extrato aquoso de cascas de banana (Musa sp., cv. Prata Anã) e avaliação in vitro dos seus efeitos sobre a cicatrização de lesões cutâneas e fotoproteção à radiação UVB

Abstract

A banana (Musa sp.) é mundialmente reconhecida como uma fruta importante devido à sua produção global e pelas suas aplicações nutracêuticas. Além disso, vem sendo explorada na comunidade científica pelas suas propriedades cicatrizantes reconhecidas na medicina tradicional brasileira, por conta da sua composição rica em compostos bioativos. A sua casca é considerada uma biomassa de baixo valor econômico e representa um problema à indústria devido à grande quantidade gerada. Este subproduto possui quantidades interessantes de compostos fenólicos que podem ser recuperados e utilizados como matéria-prima em produtos farmacêuticos e cosméticos relacionados à terapêutica da pele. Assim, com o intuito de destinar este subproduto às indústrias de saúde ou cosméticos, este estudo avaliou o extrato aquoso (EA) de cascas de bananas (Musa sp., cv. Prata Anã) como fonte de compostos fenólicos bioativos e suas atividades biológicas. Para tanto, amostras de cascas de banana foram quimicamente avaliadas ao longo do ano para identificar o melhor tempo de colheita dessas biomassas quanto à sua composição fenólica. Nesse sentido, ensaios analíticos foram realizados e relacionados aos dados climáticos para elaboração de modelos quimiométricos, suportados por ferramentas de bioinformática. Além disso, o EA foi avaliado com relação às suas propriedades cicatrizantes e fotoprotetoras contra danos causados pela radiação ultravioleta-B, em modelos in vitro. As amostras coletadas no inverno demonstram ser promissoras para futuros estudos biológicos, devido às suas composição fenólica e atividade antioxidante, conforme análise quimiométrica. Assim, a amostra de cascas de banana coletada em junho foi selecionada em função de seu perfil fitoquímico e seu EA usado nos tratamentos para avalização de atividades biológicas com fibroblastos 3T3. O EA apresentou baixa citotoxicidade e promoveu a proliferação e a migração celular, além de aumentar a síntese de colágeno. Adicionalmente, mostrou efeito positivo na fotoproteção de fibroblastos expostos à radiação UVB, influenciando na manutenção de morfologia celular e nuclear. Apesar do EA não inibir a diminuição da viabilidade celular, ele estimulou a manutenção da síntese de colágeno. O extrato aquoso obtido de cascas de banana é um canditado à formulações de produtos farmacêuticos/cosméticos para estimular à cicatrização da pele e o combate ao fotoenvelhecimento causado pela radiação UVB.

Abstract: Banana (Musa sp.) is globally recognized as an important fruit due to its global production and nutraceutical applications. In addition, it has been investigated by the scientific community for its healing property recognized in traditional Brazilian medicine, due to its composition rich in bioactive compounds. Its peel is considered a biomass of low economic value and represents a major problem for the industry because of the large amount produced. This byproduct has interesting amounts of phenolic compounds which can be recovered and used in pharmaceutical and cosmetic products related to skin therapy. Thus, this study aimed to evaluate the aqueous extract (AE) of banana peels (Musa sp., cv. Prata Anã) as a source of bioactive phenolic compounds, aiming its usage by the health and cosmetic industries in therapies related to the skin. For this purpose, the banana peels samples were chemically investigated throughout the year to identify the best harvest time of this biomass as to its phenolic composition. In this sense, analytical tests were performed and related to the climatic data for obtaining chemometric models supported by bioinformatics tools. In addition, AE was evaluated for its scarring and photoprotective properties against damage caused by ultraviolet-B radiation in cell culture models. Samples collected in the winter showed to be promise for future biological studies, due to their phenolic profiles and antioxidant activity, according to chemometric analysis. The sample collected in June sample was selected because of its phytochemical traits and its AE was used for evaluation of biological activity in 3T3 fibroblasts. AE revealed low cytotoxicity and promoted cell proliferation and migration, as well as increased collagen synthesis. Additionally, AE showed a positive effect on the photoprotection of fibroblasts exposed to UVB radiation, contributing to the maintenance of cellular and nuclear morphologies. Although AE did not inhibit the decrease in cell viability, it preserved the collagen biosynthesis The AE from banana peels is a candidate for pharmaceutical/cosmetic formulations to stimulate skin healing and combat photoaging caused by UVB radiation.