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Este texto-com-trilha (ex)-põe uma pesquisa de doutorado que é/se faz/se dá de encontros (entre
matemática e os artefatos do ofício) com professoras que ensinam matemática nos anos iniciais
do Ensino Fundamental. Para tanto, acompanham-se dois grupos de docentes, de duas unidades
educativas de uma rede municipal de ensino, que aceitaram o convite para uma Expedição-Trilha
junto à Ilha ((form)-ação de professores). Entende-se o ato de trilhar não só como uma
possibilidade de deslocamento, mas como uma forma de adentrar a trilha para que o indivíduo
possa habitar os territórios com os próprios pés e traçar o seu caminho, deixando outros rastros.
Andar por si, com seus olhos, seus pés, seus pensamentos e seu corpo inteiro para entender o que
é seu e seus atravessamentos. Ser no ser-acontecimento. A tese movimenta também outros
processos e formas, dando lugar ao amor e ao cuidado do professor consigo mesmo e deslocandose
de
um
espaço
que
apresenta
um
professor-padronizado
a
espaços
múltiplos,
de
abertura,
que
não
se
fixam
nisso
ou naquilo,
mas
que
se
movimentam
pelas
pegadas,
palavras,
pensamentos
e
possibilidades
de
habitar
o
espaço
e
de
abrir
outros
para
a
liberdade,
incluindo
o
ato
de
trilhar.
Discutem-se
também outras relações junto ao grupo de professoras, com a igualdade de
inteligência, já que todas são capazes de aprender a pensar, de modo que a formadorapesquisadora-professora
não
está
para
explicar
o
que
“sabe”,
indicando
o
caminho
para
as
demais
professoras,
mas
sim,
cada
participante
do
grupo
pode
buscar
e
traçar
seu
caminho.
Operou-se
também
com
tempo
(livre),
espaço
(público)
e
com
o
fato
de
que,
em
cada
um
dos
grupos,
sempre
havia
alguma coisa sobre a mesa que se tornou objeto de estudo e/ou de prática, que exigiu
atenção e despertou o interesse das participantes, independentemente de como poderia ser
colocada em uso junto ao ensino de matemática. Além disso, abriu-se espaço para que as
professoras pudessem falar (sobre o que fazem, o que sabem e o que acontece quando se estuda
matemática), trocar vivências (incluindo ferramentas, procedimentos e formas de fazer as coisas)
e (com)-partilhar (as maneiras de cada uma ser e estar professora). Sintoniza-se com teóricos da
filosofia e da educação como Jacques Rancière, Jan Masschelein, Maarten Simons, Hannah
Arendt, Jorge Larrosa, César Leite, entre outros, e problematiza-se o que acontece quando se
forma um grupo de professoras que ensinam matemática e que aceitam o convite de estudar e
colocar a (Educação) Matemática sobre a mesa. Uma trilha nos movimentou enquanto Grupo de
Estudo, um acontecimento comum para todas aquelas que aceitaram o convite de ser e estar a
caminhar. Mas o trilhar é singular para cada uma das trilheiras e de alguma maneira impossível
de ser repetido. Vamos trilhar! |
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