Title: | travestis e mulheres transexuais: narrativas sobre as violências de gênero |
Author: | Rocha, Fábio Bratifich |
Abstract: |
A presente pesquisa tem como foco analisar as narrativas de violências feitas pela população T feminina (mulheres transexuais e travestis), que superou a expectativa de vida que é, atualmente, de 35 anos no Brasil. Para tanto, duas mulheres transexuais e uma travesti residentes em Florianópolis, com idade superior a 35 anos e que se denominavam mulheres transexuais ou travesti, foram entrevistadas. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e discute a construção das identidades de gênero das entrevistadas e sua relação com as violências de gênero nos diferentes momentos de suas vidas, abarcando a infância, período escolar, família, relacionamentos afetivos e inclusão (ou não) no mercado formal de trabalho. O preconceito e a discriminação são realidades que a população T feminina tende a enfrentar desde cedo e em diversos âmbitos sociais. A difícil aceitação da família, somada ao grande número de evasão escolar, acabam vulnerabilizando, ainda mais e desde cedo, à vida destas sujeitas. Como consequência, são excluídas de diversos espaços sociais, sobretudo, do mercado formal de trabalho, e grande parte desta população, assim como as entrevistadas, recorreu à prostituição ou a outras profissões subalternas para sobreviver. Todas as entrevistadas viveram diferentes tipos de violência no seu percurso de vida, com destaque às violências familiar, doméstica, escolar, física e psicológica. A pesquisa trata de narrativas de sobreviventes, no país que mais mata transexuais e travestis do mundo. Elas, por mais que tenham superado a expectativa de vida, ainda convivem com a discriminação e violência no seu cotidiano e com a necessidade de autoafirmação de sua identificação de gênero, como posicionamento político em busca do respeito da sociedade. The current study focuses on analyzing narratives of violence done by the female T population (transgender and transvestite women), which exceeded their life expectancy that is currently 35 years in Brazil. For this purpose, two transgender women and one transvestite living in Florianópolis, aged over 35 years, and who declared themselves transsexual or transvestite women, were interviewed. A qualitative research was conducted through semi-structured interviews and discusses gender identities construction of the interviewees and its relation with gender violence at different stages in their lives, including childhood, school age, family, affective relationships and inclusion (or not) in the formal labor market. Prejudice and discrimination are realities that female T population tends to face early and in various social spheres. The difficult family acceptance, coupled with the large number of school dropouts, end up making these subjects life even more vulnerable from an early age. As a result, they are excluded from multiple social spaces, especially the formal labor market. A large part of this population, like those interviewed, resorted to prostitution or other submissive professions to survive. All interviewees experienced different types of violence in their course, especially family, domestic, school, physical and psychological violence. This study deals with narratives of survivors, in the country that kills the most transgenders and transvestites in the world. Although they have exceeded life expectancy, they still live with discrimination and violence in their daily lives and with need for self-affirmation of their gender identification, as a political position in seek of respect from society . |
Description: | TCC (Graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Socioeconômico. Serviço Social. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/208740 |
Date: | 2019-12-11 |
Files | Size | Format | View |
---|---|---|---|
Fábio Bratifich Rocha.pdf | 1.824Mb |
View/ |