Abstract:
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Santa Catarina desponta em cenário nacional com uma economia diversificada e dinâmica, com setores comerciais e industriais que alcançam protagonismos regional, nacional e, em alguns casos, internacional. Nesse sentido, este trabalho objetiva descrever e entender como se dá esse dinamismo espacial e empresarial no caso particular do setor de autosserviço de alimentos na Fachada Atlântica de Santa Catarina. Como referencial teórico, utiliza-se a categoria de formação sócio-espacial, de Milton Santos, aliada à perspectiva da pequena produção mercantil, trabalhada na realidade catarinense por Armen Mamigonian, e articulada com a Teoria dos Ciclos Longos, criada por Nikolai Kondratiev e interpretada na realidade brasileira por Ignácio Rangel. Dentre as técnicas de pesquisa empregadas, cita-se a análise de material bibliográfico e documental, de revistas especializadas, de relatórios técnicos de bancos de fomento, como o BNDES, mapeamentos e análises espaciais via softwares SIG e visitas a campo. Como resultado, observou-se que as principais redes supermercadistas do estado buscam um aperfeiçoamento de suas estratégias geoeconômicas, dando base para um mantimento de vigor do segmento mesmo frente a períodos recessivos. Ao mesmo tempo, constatou-se que as gêneses desses empreendimentos estão sustentadas sobre um processo de pequena produção mercantil, onde o acúmulo de capital via um sistema colônia-venda possibilitou o surgimento de baixo para cima das principais iniciativas através de colonos (ou seus descendentes) geralmente de origem italiana nos vales atlânticos florestados da Fachada Atlântica. A expansão das redes provém de uma lógica maior de construção de um parque industrial nacional voltado aos bens de consumo duráveis, que permitiu a produção de veículos e a expansão da malha rodoviária, consequentemente diminuindo as distâncias relativas necessárias no processo logístico. As principais redes, desse modo, se organizaram a partir de diferentes estratégias geoeconômicas, empresariais, espaciais e logísticas para firmarem-se em um cenário de acirramento da concorrência, impedindo, salve raras exceções, a inserção e consolidação de redes de fora do estado no recorte de estudo. |