Abstract:
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O presente trabalho analisa a política externa de Cuba durante os eventos ocorridos entre 16 e 28 de outubro de 1962, conhecidos como “Crise dos Mísseis”. Sabendo que há poucas análises de política externa de Cuba em relação ao período, o que decorreu da falta de fontes para o desenvolvimento apropriado, este trabalho utiliza dos documentos recentemente desclassificados e disponibilizados ao público, além da discussão teórica abordando o tema, para realizar uma melhor análise das decisões tomadas por Cuba em política externa durante a crise dos mísseis. O trabalho utiliza de análise qualitativa da documentação e estudos encontrados, dos quais encontraram-se memorandos, telegramas, entrevistas, artigos de revista e dissertações de mestrado. Para eleger o modelo ideal ao contexto apresentado, o trabalho revisa as principais teorias e modelos de análise de política externa, indicando as variáveis buscadas nos modelos que apresenta. Trata em seguida à busca, dentro de fontes, das quais se destacam um memorando de uma conversa entre oficiais cubanos e Anastas Mikoyan, um telegrama criptografado entre Anastas Mikoyan e o governo soviético, um telegrama de Nikita Khrushchev para Anastas Mikoyan e uma entrevista com Sergei Mikoyan, além da discussão acadêmica de variáveis utilizáveis nos modelos destacados na revisão teórica, das quais se depreende que a política externa cubana seria centralizada na figura de Fidel Castro, o qual concentrava o poder e tomava ele próprio as decisões de forma emocional, principiológica, politicamente independente, mas convergente com a URSS e de maneira enviesada e sem oposição. Por fim, após revisão das variáveis encontradas, elege-se como mais apropriado o modelo de Hermann et al. (2001), com o qual realiza a análise de política externa, concluindo que as decisões tomadas por Fidel Castro para a política externa cubana foram fruto de um dilema entre a sobrevivência do seu país e a independência política na esfera internacional, do qual priorizou-se então a sobrevivência do país, mas tentando minimizar os efeitos negativos à independência política de Cuba na esfera internacional. |