Abstract:
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A população brasileira está envelhecendo, e com isso a atenção a essa população deve ser ampliada. Os idosos possuem vulnerabilidade e cronificação de doenças e consequentemente maior uso de medicamentos, caracterizando polifarmácia. Ademais, esses fatores estão relacionados a eventos adversos decorrentes da farmacoterapia dificultando a adesão ao tratamento. Nesse cenário, é crucial uma análise do uso de Medicamentos Potencialmente Inapropriados aos Idosos (MPI). No presente estudo analisou-se os medicamentos dispensados aos idosos na rede de Atenção Primária à Saúde no período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2017. Os medicamentos foram identificados de acordo com a Anatomical Therapeutic Chemical Classification System (ATC). Para verificação dos medicamentos potencialmente inapropriados aos idosos, utilizou-se os Critérios de Beers 2019. No ano de 2014, 15,89% dos medicamentos dispensados aos idosos foram considerados MPI. Em 2015, 15,49% eram MPI. Em 2016 foram 14,49% MPI e no ano de 2017, 11,0%. A análise permitiu verificar a frequência de dispensações aos idosos contendo medicamentos inapropriados e a quantidade destes nas dispensações, para isso criou-se uma taxa relacionando a quantidade de medicamentos ao longo de 12 meses por usuário (t = MPI/12). No ano de 2014, 97,20% das dispensações apresentaram taxa ≤1, ou seja, havia 12 ou menos medicamentos inapropriados. Em 2015, 2016 e 2017 as taxas ≤1 foram 97,41%, 98,50% e 99,70% respectivamente. Os MPI mais dispensados em todo período analisado foram omeprazol, glibenclamida e ibuprofeno, nesta ordem. A quantidade de MPI no período analisado foi relevante, expondo a necessidade de cautela a respeito da escolha terapêutica para essa população em específico. O resultado desse estudo mostra a importância do uso racional de medicamentos pelos idosos e, com isso, visa melhorar sua saúde e consequentemente a sua qualidade de vida. |